2007-11-08 19:38:28

MENSAGEM DO PAPA PELOS 1.600 ANOS DA MORTE DE SÃO JOÃO CRISÓSTOMO


Cidade do Vaticano, 08 nov (RV) - Falou "apaixonadamente da unidade da Igreja espalhada no mundo", denunciou o contraste que existia no século IV "entre o desperdício extravagante dos ricos e a indigência dos pobres", e procurou dar assistência aos doentes: esses são alguns dos aspectos da personalidade de São João Crisóstomo, que Bento XVI quis recordar, numa mensagem endereçada aos participantes do congresso iniciado nesta quarta-feira, em Roma, no Instituto Patrístico Augustinianum, para recordar os 1.600 anos da morte desse importante Padre da Igreja.

Uma ocasião _ escreve o pontífice _ "para incrementar os estudos sobre ele, recuperar seus ensinamentos e difundir a devoção" a São João Crisóstomo.

Os séculos nos transmitiram a força expressiva da pregação e a eficácia de suas palavras, deixando-nos imaginar aquele tom persuasivo e aquelas expressões de seu falar, que lhe deram o título de "Boca de ouro" _ em grego, Crisóstomo.

Deve-se a ele _ escreve Bento XVI _ a promoção "daquele frutuoso encontro entre a mensagem cristã e a cultura helênica", e aquele "grande compromisso em tornar o ensinamento da Igreja acessível às pessoas simples", como "também aos dissidentes, preferindo usar para com eles a paciência, ao invés da agressividade, porque acreditava _ ressalta o papa _ que, para vencer um erro teológico, "nada era mais eficaz do que a moderação e a gentileza".

Incansável pregador da Igreja de Antioquia _ na atual Turquia _ João Crisóstomo costumava repetir a seus fiéis que o que "caracteriza o compromisso cívico dos cristãos" deve ser, "em particular, a rejeição de meios violentos na promoção de transformações políticas e sociais".

Em 398, o bispo de Constantinopla reformou o clero e impeliu os presbíteros "a viverem em conformidade com o Evangelho". Evitou "toda ostentação de luxo e adotou "um estilo de vida modesto", distribuiu ajudas aos fiéis e "sugeriu aos ricos que acolhessem os sem-teto em suas casas".

Em sua mensagem, Bento XVI descreve, em seguida, que "sua persistente defesa em favor do pobre e a reprovação de quem era rico foi tanta, que suscitou desapontamento e também hostilidade contra ele por parte de alguns ricos e daqueles que detinham o poder político".

São João Crisóstomo foi, por duas vezes, condenado pelo imperador, ao exílio, mas "seu corajoso testemunho em defesa da fé eclesial" e "sua generosa dedicação ao ministério pastoral" jamais vacilaram.

O Santo Padre recorda a solicitude de São João Crisóstomo pela Sagrada Liturgia _ "uma das mais ricas expressões da Liturgia oriental traz... o seu nome".

Crisóstomo havia entendido _ acrescenta o papa _ que "a divina liturgia coloca espiritualmente o fiel entre a vida terrena e as realidades celestes... prometidas pelo Senhor". Comumente, exortava "os fiéis a se aproximarem dignamente do altar do Senhor... "não por costume e formalidade", mas com "sinceridade e pureza de espírito", reiterando "que a preparação para a Santa Comunhão deve incluir o arrependimento dos pecados e a gratidão pelo sacrifício de Cristo pela nossa salvação".

"Da contemplação do Mistério" Crisóstomo jamais se esquecia de assumir as "conseqüências morais" _ lê-se do doutor da Igreja na mensagem do Santo Padre _ e a seus ouvintes explicava que "a comunhão com o Corpo e o Sangue de Cristo... obriga a dar assistência material aos pobres e aos famintos". (RL)







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