2007-11-07 18:01:23

Scalabrinianos querem contrariar a estigmatização contra cidadãos romenos que se vive na Itália, depois de trágicos eventos de criminalidade.


(7/11/2007) Uma onda generalizada contra os imigrantes toma conta da sociedade italiana. Na origem, está o assassinato de uma mulher italiana, Giovanna Reggiani, de 47 anos, que foi baleada semi-nua pelo jovem romeno de 24 anos, Romulus Nicolae Moilat, que foi preso. O crime ocorreu no dia 30 de Outubro. A vitima morreu depois de ter estado dois dias em coma.
A mulher tinha sido assaltada, em Roma, quando voltava para casa, à noite, e foi levada pelo jovem para uma barraca de um acampamento próximo, onde a violou e espancou com violência.
Moilat que não tinha antecedentes criminais em Itália, tinh registro penal no seu país de origem.
Os missionários Scalabrinianos dirigem uma carta aos responsáveis pela comunidade romena em Itália, e no estrangeiro, manifestando o desprezo pela campanha de criminalização realizado pelos italianos, depois dos trágicos eventos de criminalidade e desejam exprimir solidariedade a todos quantos, pela via da emigração, lutam por uma vida digna.
Numa carta denominada “Quando o medo se torna obsessão”, os sacerdotes, referindo-se às reacções “fomentadas por políticos, que procuram aprovações fáceis e espalham a ideia de que os italianos estão em guerra porque são atacados por irregulares, imigrantes, refugiados, estrangeiros e que são todos criminosos, afirmam tratar-se de uma “confusão e demagogia que em tempo de crise encontra muito seguidores”.
Há 120 anos a trabalhar a favor dos migrantes em todo o mundo, os Scalabrinianos afirmam que quem acusa a “imigração como um mal evitável engana-se, porque não é evitável, nem constitui um mal”, sublinham.
É antes um fenómeno que necessita de “controlo e melhores fluxos migratórios, de forma a garantir a segurança de todos os cidadãos, valorizando a Carta dos Valores, da Constituição e da integração”, mas apontam que tal “não se pode fazer acusando indiscriminadamente comunidade inteiras, pelos erros de alguns”, sobretudo hoje, “nas nossa sociedade multi étnicas e culturais da União Europeia, onde os estrangeiros devem ser vistos, não como um problema mas como um recurso a valorizar”.
Assim, os missionários Scalabrinianos frisam que “nunca é demais insistir na educação para as relações, para o encontro, para viver em conjunto”, e continuar a explicar a complexidade do fenómeno migratório e a “denunciar as fáceis generalizações e prejudiciais estigmatizações”.
Este violento crime pôs em causa a imagem dos imigrantes romenos em Itália e levou o governo a aprovar um decreto que autoriza a expulsão de cidadãos comunitários em caso de graves delitos. Nos próximos dias o campo de emigrantes onde vivia o principal suspeito será, inclusivamente, demolido.
A polícia italiana acusa a comunidade romena de ser a mais perigosa em termos de criminalidade a nivel nacional. A resposta do governo italiano suscitou uma reacção das autoridades romenas. O primeiro ministro Calin Tariceanu receia uma onda de xenófobia contra os romenos. “Agora existe o risco de ficarmos mal vistos, mesmo se 99 por cento dos romenos a viver em Itália não se metem na vida alheia, trabalham de forma séria e são apreciados.”
O chefe de governo italiano, Romano Prodi, sublinhou que os romenos não são os únicos visados pelo decreto. “A vasta maioria da comunidade romena a viver em Itália é constituída por pessoas sensatas e trabalhadoras e que cabe a elas identificar os compatriotas que estão a prejudicar a imagem dos romenos honestos.








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