2007-11-07 18:16:04

CLÉRIGOS ISLÂMICOS INDONÉSIOS DEFINEM O QUE CONSIDERAM "HERESIA"


Jacarta, 07 nov (RV) – Os ulemás (clérigos islâmicos) da Indonésia definiram os critérios que utilizarão, para determinar quando uma crença é "desviada", caracterizando uma "heresia".

Foi o que decidiu o Conselho dos Ulemás da Indonésia (CUI), após a controvérsia gerada pela recente perseguição policial de alguns membros da organização "Al Qiyada al Islamiya", por blasfemarem contra o Islã _ informou nesta quarta-feira, o diário local, "The Jakarta Post".

O CUI aprovou dez conceitos que estabelecem se as crenças de um determinado grupo não estão de acordo com os ensinamentos islâmicos. Entre esses dez preceitos estão: desafiar os cinco pilares da fé, seguir ensinamentos fora do Alcorão e da Suna (o conjunto de preceitos extraídos das práticas do profeta Maomé, conforme os relatos da tradição, compilados como complemento ao Alcorão), ou crer em qualquer tipo de revelação de Alá, posterior ao Alcorão.

Os ulemás não aceitam que se insulte ou menospreze, de nenhum modo, o profeta Maomé, nem que sejam mudados os princípios básicos da oração, determinados pela Xariá (a lei islâmica). Não se podem fomentar peregrinações senão a Meca, nem reduzir a obrigação de rezar cinco vezes ao dia.

O secretário-geral do Conselho dos Ulemás da Indonésia, Ichwan Syam, anunciou que continuarão a trabalhar sobre as definições de "heresia", antes de emitir a "fatua" (edito islâmico) acerca dessa matéria.

Há cerca de uma semana, a polícia indonésia desencadeou uma operação de busca, para deter os "cabeças" da organização "Al Qiyada al Islamiya", cujo líder se autoproclama "profeta herdeiro de Maomé", e prega que não é necessário rezar mais de uma vez por dia, e tampouco realizar a peregrinação a Meca.

O grupo foi fundado há cerca de sete anos e, segundo fontes policiais, conta cerca de 41 mil seguidores em toda a Indonésia, a nação com o maior número de muçulmanos em todo o mundo. (AF)







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