MORRE UM IMIGRANTE POR DIA, NA FRONTEIRA ENTRE MÉXICO E EUA
Nuevo Laredo, 06 nov (RV) - Pelo menos um imigrante clandestino morre, a cada
dia, em sua tentativa de deixar o México e entrar nos Estados Unidos, denunciou o
missionário italiano, Pe. Francisco Pellizzari, durante uma missa pelos imigrantes
mortos, na cidade fronteiriça mexicana de Nuevo Laredo.
Pe. Pellizzari, diretor
da "Casa do Migrante Nazareth", disse à agência de notícias espanhola _ EFE _ que
a primeira celebração eucarística pelos imigrantes mortos foi feita em Tijuana, em
1997. Atualmente, as missas por essas vítimas são oficiadas em cidades fronteiriças
do norte e sul do México e na Guatemala.
O missionário disse que, até agora,
só este ano, 345 pessoas morreram na fronteira, em sua tentativa de emigrar para os
EUA. Após o endurecimento da política migratória dos EUA, e do aumento da vigilância
na fronteira norte-americana, a média de mortos aumentou para uma morte por dia.
Pe.
Pellizzari acrescentou que, desde 1994 _ ano em que deu início à sua missão, na fronteira
entre os dois países _ foram registradas mais de 4.500 mortes de imigrantes. Todavia,
esse número pode ser mais elevado, visto que muitos corpos nunca foram recuperados.
O
pior ano para os imigrantes clandestinos foi 2005, com 516 mortes. Em 2006, essa cifra
caiu para 485.
"Como pessoas de fé, acreditamos que é importante orar pelas
pessoas que morreram, sobretudo pelas famílias dos imigrantes que morreram e não foram
identificados, que são muitos" _ afirmou o missionário, acrescentando que o objetivo
das missas na fronteira é criar uma consciência sobre a situação socioeconômica dos
imigrantes e sobre seus direitos. (AF)