JESUÍTA AFIRMA QUE CAPELA SISTINA É UMA "ESCOLA DE TEOLOGIA"
Cidade do Vaticano, 05 nov (RV) – A Capela Sistina não é apenas a obra-prima
de Michelangelo, mas também uma "escola de teologia", na qual os temas representados
por ele e pelos pintores da Úmbria e da Toscana, do século XV, não foram fruto de
sua imaginação, mas foram assessorados, em seu trabalho, por teólogos pontifícios.
É
o que crê o jesuíta alemão, Pe. Heinrich Pfeiffer, que assim descreve a famosa capela,
em seu livro "A Capela Sistina. Iconografía de una obra-prima", editado pela Livraria
Editora Vaticana e por Jaca Book.
O livro acaba de chegar às livrarias italianas
e foi apresentado, nos Museus Vaticanos, pelo presidente do Governatorato da Cidade
do Vaticano, Arcebispo Giovanni Lajolo que, em sua apresentação, referindo-se à obra,
disse: "Não se trata apenas de um texto com fotos maravilhosas, mas sim de uma contribuição
para a evangelização."
No livro, Pe. Pfeiffer desvela a íntima relação entre
as pinturas existentes na Capela Sistina e a Teologia, e narra que tudo teve início
na década de 50, quando visitando o local, ele notou que um dos afrescos de Michelangelo
_ o "Noé escarnecido" _ mantinha uma estreita relação com o afresco da Crucificação,
de Cossimo Rosselli, um dos pintores responsáveis pela decoração das paredes laterais.
Ele buscou na literatura teológica patrística e medieval, as chaves de leitura dos
afrescos, e chegou à conclusão de que os temas representados não podiam ter sido "inventados"
pelos artistas, mas que estes haviam sido assessorados por teólogos pontifícios dos
sucessivos pontificados.
Pe. Pfeiffer, de 68 anos, professor de História da
Arte Cristã, na Pontifícia Universidade Gregoriana, de Roma, quer que seu livro sirva
para que a Capela Sistina seja "vista com outros olhos", a partir de uma perspectiva
teológica.
O livro tem 352 páginas, com 185 ilustrações a cores, com fotos
feitas após a restauração da Capela Sistina, em fins do século passado. (AF)