PAPA CELEBRA MISSA EM SUFRÁGIO DOS BISPOS E CARDEAIS FALECIDOS NOS ÚLTIMOS DOZE MESES
Cidade do Vaticano, 05 nov (RV) - Foram amigos de Jesus na vida terrena, agora
se encontram imersos no eterno amor de Deus no céu. Foi o que disse o papa, na santa
missa que presidiu, na manhã desta segunda-feira, na basílica vaticana, em sufrágio
das almas dos bispos, arcebispos e cardeais falecidos aos longo dos últimos doze meses.
"Com
fraterno afeto, recordo os nomes dos falecidos purpurados: Salvatore Pappalardo, Frédéric
Etsou-Nzabi Bamungwabi, Antonio María Javierre, Angelo Felici, Jean-Marie Lustiger,
Edouard Gagnon, Adam Kozłowiecki e Rosalio José Castillo Lara."
O Santo Padre
ressaltou que a oração de sufrágio da Igreja se "apóia" na oração de Jesus quando
diz: "Pai, quero que, onde eu estou, estejam comigo aqueles que me deste" (Jo 17,24).
"Aqueles que me deste": é uma bonita definição do cristão, afirmou o pontífice:
"São
homens que o Pai "deu" a Cristo. Tirou-os do mundo, aquele "mundo" que "não O conheceu"
(Jo 17, 25), e os chamou a se tornarem amigos de Jesus. Essa foi a graça mais preciosa
de toda a vida deles. Foram certamente homens com características diversas _ tanto
por episódios pessoais quanto pelo ministério exercido _ todos, porém, tiveram em
comum a coisa mais importante: a amizade com o Senhor Jesus. Tiveram essa amizade
na terra, como sacerdotes, e agora, para além da morte, partilham nos céus esta "herança
incorruptível, incontaminável e imarcescível" (1 Pt 1,4)."
É consoladora e
salutar _ prosseguiu o papa _ meditar, na oração pelos defuntos, "sobre a confiança
de Jesus no Pai" e "deixar-se assim, envolver pela luz serena desse abandono absoluto
do Filho à vontade de seu Abbá" (Pai). "Uma esperança que não desilude", mesmo quando
se atravessa a noite mais obscura, mesmo nas provações _ disse o pontífice _ experimentadas
pelos bispos, arcebispos e cardeais falecidos, que assim, muitas vezes, recitaram
o Salmo 42: "Por que te deprimes, ó minha alma, E te inquietas dentro de mim? Espera
em Deus, porque ainda hei de louvá-lo: Ele é minha salvação e meu Deus":
"Como
sacerdotes, experimentaram toda a sua ressonância existencial, também assumindo sobre
si, as acusações e a zombaria daqueles que dizem aos fiéis na prova: "Onde está o
teu Deus?" Agora, ao término de seu exílio terreno, chegaram à pátria. Seguindo o
caminho aberto por seu Senhor Ressuscitado, não entraram num templo feito por mãos
humanas, mas no próprio céu (cfr Eb 9,24). Lá, junto com a bem-aventurada Virgem Maria
e com todos os Santos, podem contemplar finalmente _ é a nossa oração _ a face de
Deus e cantar eternamente os Seus louvores. Amém!" (RL)