CARDEAL TAURAN A HINDUÍSTAS: DIÁLOGO E RESPEITO À LIBERDADE RELIGIOSA, NA CONSTRUÇÃO
DA PAZ
Cidade do Vaticano, 05 nov (RV) - "Cristãos e hinduístas: decididos a percorrer
um caminho de diálogo" _ esse é o título da mensagem do presidente do Pontifício Conselho
para o Diálogo Inter-religioso, Cardeal Jean-Louis Tauran, aos hinduístas, pela festa
do Diwali.
O Diwali é uma das festas mais antigas e profundamente enraizadas,
do mundo hinduísta, que simboliza a vitória da verdade sobre a mentira, do bem sobre
o mal, da vida sobre a morte. Também conhecida como "Festa das luzes" _ daí a tradição
de acender velas, candelabros ou lâmpadas nas casas _ é ocasião de reencontro para
as famílias, durante os dias de celebração do Diwali, que culminarão, este ano, no
dia 9 deste mês.
O Cardeal Tauran aproveitou a ocasião para enviar "calorosas
felicitações" aos "caros amigos hinduístas", ressaltando que o mundo "deseja ardentemente
a paz". "Podemos nós _ se pergunta o purpurado _ enquanto fiéis de diversas tradições
religiosas, não trabalhar juntos" para que "o mundo se torne, para todos os povos,
um lugar melhor no qual viver?" Eis o motivo pelo qual "as nossas respectivas comunidades
devem dedicar urgente atenção à educação dos fiéis, que podem facilmente ser induzidos
ao erro por uma propaganda falsa e enganosa.
"Não esqueçamos _ acrescenta o
cardeal _ que a ignorância é o primeiro e, talvez, o principal inimigo na vida de
quem crê, ao passo que a contribuição de cada fiel bem formado _ junto à contribuição
de outros _ constitui um rico recurso para uma paz duradoura."
O Cardeal Tauran
reitera, em sua mensagem, que "a fé religiosa e a liberdade caminham sempre de pari
passu. Não pode haver coerção na religião: ninguém pode ser forçado a crer, nem quem
quer crer pode ser impedido de fazê-lo", recordando que "o respeito à liberdade religiosa
é um aspecto fundamental e primordial da liberdade de consciência dos indivíduos e
da liberdade dos povos".
"Devemos trabalhar _ exorta o purpurado aos hinduístas
_ para construir laços de amizade, como de resto devem fazer os fiéis de todas as
religiões." E isso requer "encontros regulares", "escuta paciente", "colaboração ativa"
e, sobretudo, "uma atitude de respeito recíproco". Somente mediante o diálogo, evitando
preconceitos e idéias estereotipadas sobre os outros, e testemunhando fielmente os
nossos preceitos e ensinamentos religiosos, "podemos realmente superar os conflitos".
Esse "é, realmente, para nós fiéis, o único caminho a ser percorrido".
"A mão
que estendo aos senhores" por ocasião desta festa _ conclui o Cardeal Tauran _ "é
também um gesto de boa vontade por parte da Igreja Católica, a encontrá-los e a colaborar
com os senhores, com suas famílias, com os líderes de suas comunidades e com todos
os seguidores" "para promover a harmonia na sociedade e a paz no mundo". (RL)