OBSERVADOR PERMANENTE DA SANTA SÉ NA ONU REITERA DEFESA INCONDICIONAL DA VIDA
Nova York, 02 nov (RV) - Está em andamento, em Nova York, a Assembléia Geral
das Nações Unidas, com a participação do observador permanente da Santa Sé na ONU,
Dom Celestino Migliore. Nos dias passados, o arcebispo ressaltou _ com grande ênfase,
num de seus pronunciamentos _ que, para falar de paz, para se chegar à paz, é preciso
seguir caminhos obrigatórios, ou seja, é preciso passar pelo respeito aos direitos
humanos. Fundamentalmente, o direito à liberdade religiosa _ desrespeitado em muitos
Estados.
Entrevistado pela Rádio Vaticano, eis o que Dom Migliore nos disse
a esse respeito...
Dom Celestino Migliore:- "Efetivamente, a questão
do diálogo inter-religioso e intercultural está muito presente, hoje em dia, nas Nações
Unidas, e isso é positivo, justamente porque é um instrumento e uma modalidade para
se chegar àquela paz, àquela convivência pacífica que todos queremos. Deve ser, porém,
um diálogo que parta "de" e chegue "a" um maior respeito e promoção do direito à liberdade
religiosa."
P. Dom Migliore, o senhor falou também da questão da blasfêmia,
definindo-a como causa de grandes sofrimentos...
Dom Celestino Migliore:-
"Aquilo que pedimos, é que as pessoas que são acusadas de blasfêmia, sejam tratadas
no respeito por seus direitos. Porque, muitas vezes, essas pessoas são submetidas
a processos sumários, sem que lhes seja nem mesmo concedida a possibilidade de um
processo regular."
Dom Migliore fez ainda uma exortação ao respeito à vida,
desde a concepção até a morte natural; pediu também a abolição da pena de morte, visto
que se está discutindo, na ONU, sobre a aprovação de uma moratória.
P. Quanto
ainda é importante, mais uma vez, ressaltar que é preciso defender a vida humana?
Dom
Celestino Migliore:- "A questão da pena capital pode ser entendida no contexto
do direito à vida: o direito à vida é um direito que se estende desde a concepção
até o término natural da vida. Portanto, quando há respeito por todas as fases da
vida, se pode muito bem resolver, também e de modo melhor, a questão da pena capital."
(RL)