"L'OSSERVATORE ROMANO" CONVOCA A COMBATER VIOLÊNCIA CONTRA OS MENORES
Cidade do Vaticano, 02 nov (RV) – Alinhando-se com os governos de todo o mundo,
que lutam para erradicar a violência contra as crianças, desce em campo o "L'Osservatore
Romano", órgão de notícias da Santa Sé, publicando a denúncia da secção italiana da
ONG "Save the children", que promoveu nos dias passados, em Roma, um seminário intitulado
"A violência contra meninos e meninas". O evento contou com o co-patrocínio da Comissão
Parlamentar Italiana para a Infância.
O drama da violência contra a infância
"não tem fronteiras geográficas ou sociais" _ denunciou Valerio Neri, diretor-geral
da "Save the children", em declaração ao "L'Osservatore Romano". O fenômeno atinge
milhões de menores, até mesmo nos países desenvolvidos, porque está enraizado numa
cultura e comportamentos que não reconhecem a criança como sujeito de direitos e como
pessoa.
A violência contra as crianças pode assumir diversas formas: trabalho
forçado, casamento obrigado e alistamento militar, entre outras. O jornal vaticano
fala de mais de 250 mil meninos e meninas-soldados, além de 275 milhões de crianças
que, a cada ano, presenciam episódios de violência doméstica, capazes de marcá-las
_ psicológica e emocionalmente _ para o resto de seus vidas.
Mais de 218 milhões
de crianças são obrigadas a trabalhar, devendo, por isso, renunciar aos estudos. Cerca
de 126 milhões estão envolvidas em atividades perigosas. Quase 6 milhões de menores
são forçados a trabalhar, para pagar dívidas. Cerca de dois milhões são explorados
na prostituição e na pornografia, enquanto um milhão e 200 mil são vítimas do tráfico
de menores, destinado a alimentar a prostituição e a pornografia.
No seminário
realizado em Roma sobre esse fenômeno, destacou-se que grande parte dos menores no
mundo não conta com uma adequada proteção e tutela jurídicas. Em mais de 78 países,
de todo o mundo, ainda são admitidos os castigos corporais às crianças, como medidas
disciplinares. E em 106 países, tais medidas punitivas nas escolas não são proibidas
por lei.
A propósito do drama da infância, o presidente do Pontifício Conselho
"da Justiça e da Paz", Cardeal Renato Raffaele Martino, em declaração ao "L'Osservatore
Romano", advertiu que permanecem sem solução e inclusive até mesmo se agravam, alguns
aspectos da violência contra as crianças, tais como o tráfico de menores, o trabalho
infantil, o fenômeno dos "meninos de rua", a utilização de crianças em conflitos armados,
o casamento forçado de meninas, e a exploração infantil no sujo comércio da pornografia.
(SP/AF)