2007-10-30 20:51:53

REPRESENTANTE VATICANO FALA NA ONU SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DESAFIOS AMBIENTAIS


Nova Iorque, 30 out (RV) - A emergência ambiental é um desafio moral e a erradicação da pobreza permanece sendo um objetivo prioritário para o desenvolvimento sustentável. Foram algumas das afirmações do observador permanente da Santa Sé na ONU, Dom Celestino Migliore, durante a 62ª sessão da Assembléia Geral da ONU. Em seu pronunciamento, o arcebispo ressaltou que a proteção do ambiente não deve ser considerada em oposição ao desenvolvimento.

"A proteção do ambiente _ afirmou Dom Migliore _ implica uma visão mais positiva da vida humana"; o homem _ defendeu o prelado _ não deve ser considerado como uma ameaça, mas sim, como "responsável pela proteção do ambiente". Nesse sentido _ observou o prelado _ não deve existir oposição entre vida humana e ambiente, porque se trata de "uma aliança inseparável".

Além disso, Dom Migliore afirmou que "o dever de proteger o ambiente não deve ser sacrificado no altar da economia. A emergência ambiental torna-se, portanto, "um desafio moral" que faz necessária a análise da utilização e da distribuição dos recursos da terra. É um desafio _ reiterou o arcebispo _ que nos exorta a "viver em harmonia com o ambiente".

O ambiente _ ressaltou _ é inseparável de questões como a economia, paz e justiça, interesses nacionais e solidariedade internacional.

Portanto, enquanto se procura encontrar o caminho melhor para proteger o ambiente, se deve também trabalhar para promover "a justiça entre sociedades e nações". Deve-se ainda considerar que hoje, em muitos países, os pobres se encontram mais em contato com a degradação ambiental: de fato, são os mais pobres _ afirmou o observador permanente da Santa Sé _ que vivem "em terras poluídas, em áreas próximas a depósitos tóxicos e em propriedades dos outros sem ter nenhum acesso aos serviços básicos".

Além disso, muitos cultivadores pobres desmatam florestas para sobreviver, e isso alimenta um círculo vicioso de pobreza e de degradação ambiental. Todavia, o cenário atual não apresenta somente lados obscuros: entre os sinais de encorajamento, Dom Migliore indicou um mais acentuado sentido de responsabilidade por parte do grande público sobre temas ambientais. É também encorajador que muitas pessoas _ após previsões catastróficas das mudanças climáticas _ se preocupem com questões ligadas ao ambiente.

"A degradação ambiental provocada por modelos de desenvolvimento econômico _ defendeu o representante vaticano _ faz entender que o desenvolvimento não se realiza com um aumento meramente quantitativo de produção, mas com impostações equilibradas para a produção" que contemplem o respeito pelos direitos dos trabalhadores e a proteção do ambiente.

A esperança _ declarou Dom Migliore _ é que esses sinais positivos possam levar à consolidação de uma visão capaz de promover o progresso humano. Uma visão _ explicou _ que se fundamente no respeito pela natureza e numa solidariedade internacional, na qual "a responsabilidade pelo ambiente seja dividida eqüitativamente e proporcionalmente entre os países ricos e Estados pobres".

É necessário certificar-se junto às autoridades _ ressaltou o arcebispo _ que esses sinais promissores "se traduzam em políticas públicas capazes de deter, inverter e impedir a deterioração ambiental".

As leis não são suficientes para alterar o comportamento. A mudança _ concluiu _ requer relações mais justas entre Estados, "o compromisso pessoal e a convicção ética do valor da solidariedade". (RL)







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