IGREJA NO CHILE REAGE A MEDIDA PUNITIVA DO GOVERNO CONTRA FARMÁCIAS QUE NÃO VENDEM
A PÍLULA ABORTIVA
Santiago, 30 out (RV) – A decisão do governo chileno, de multar as farmácias
que não vendem a RU-486 (a pílula abortiva) provocou a reação da Igreja no país. O
bispo a auxiliar de Santiago, Dom Fernando Natalio Chomali Garib, membro da Pontifícia
Academia para a Vida, publicou um artigo intitulado "Intolerância dos tolerantes".
No texto, ele afirma que "o governo multa as farmácias que não vendem o produto porque,
no parecer das autoridades, elas violam o direito das pessoas. Todavia, utilizando
esta pílula, violam-se outros direitos, ainda mais fundamentais" _ sublinha o bispo.
Para Dom Chomali Garib, "obrigar a uma colaboração material e formal, na venda
de um produto que prejudica a saúde, é um ato claramente contrário à razão e ao direito".
"Assim sendo _ afirma ele _ constitui, além de um abuso de poder, fruto de um conceito
errado de democracia, também um ato de intolerância em nome da tolerância".
O
Ministério da Saúde do Chile impôs uma multa de 33 milhões de pesos (o que equivale
a aproximadamente 37 mil reais) a três redes farmacêuticas, porque elas não continham
entre seus produtos, a RU-486, também conhecida como "pílula do dia seguinte".
Segundo
o governo chileno, não vender essa pílula viola o direito da população de ter acesso
ao produto. Se, mesmo depois da multa, as farmácias mantiverem a decisão de não oferecer
o medicamento, correm o risco de ser fechadas. (GA/AF)