FUTURO CARDEAL, DOM ANGELO COMASTRI DIZ QUE A ÚNICA CARREIRA É CHEGAR AO PARAÍSO
Cidade do Vaticano, 30 out (RV) - O Consistório ordinário público, convocado
por Bento XVI para o dia 24 de novembro próximo, é um dos eventos eclesiais mais esperados.
Na ocasião, o Santo Padre criará 23 novos cardeais, 18 dos quais com poder de voto
em Conclave. Entre eles encontra-se o arcipreste da Basílica vaticana, presidente
da Fábrica de São Pedro e vigário do papa para o Estado da Cidade do Vaticano, o Arcebispo
Angelo Comastri. Entrevistado pela Rádio Vaticano, o futuro purpurado nos disse como
está aguardando a cerimônia para a criação cardinalícia.
Dom Angelo Comastri:-
"Com grande emoção e também com certa ansiedade, porque também a nomeação cardinalícia
é um chamado do Senhor e diante dos chamados do Senhor todos são indignos e despreparados.
Eu peço, por intercessão de Maria, a graça de poder responder às expectativas do Santo
Padre em tudo aquilo que eu posso, de modo que a minha pequenez esteja verdadeiramente
à disposição de seu carisma de sucessor de Pedro e de pastor universal da Igreja,
porque o cardeal deve fazer isso: colaborar com o papa, com todas as suas forças,
para que o carisma do papa possa resplandecer na Igreja e possa ser verdadeiramente
um serviço de unidade para toda a Igreja."
P. Dom Comastri, a vida do senhor
mudará, uma vez elevado ao cardinalato?
Dom Angelo Comastri:- "A
minha vida permanece sendo a vida de sempre. É uma vida de serviço. O cardinalato
não modifica a vida, o cardinalato compromete a dar mais, compromete _ se se pode
dizer _ a um heroísmo maior no viver a fidelidade à própria vocação."
P.
Dom Comastri, há quem vê os cardeais como príncipes da Igreja, distantes do povo de
Deus. O que o senhor pensa a esse respeito?
Dom Angelo Comastri:- "Gostaria
de corrigir essa mentalidade. Também nestes dias, mais de uma vez, ouvi dizer que
se 'fez carreira'. Eu tive que corrigir, dizendo que não existem 'carreiras' na Igreja,
mas existem chamados ao serviço. A única carreira na Igreja é a carreira ao Paraíso.
Se não se chega lá, então se faliu, porque a finalidade da vida é alcançar o Paraíso.
Tudo o mais é unicamente um chamado ao serviço: chamado a viver pelo Evangelho, porque
é o bem único da vida, chamado a servir Jesus, porque é a nossa única esperança; chamado
a anunciar ao mundo que há um só Salvador. Também o cardinalato serve para isso e
somente para isso." (RL)