Eutanásia e cuidados paliativos em debate numa conferência internacional no Vaticano
(30/10/2007) A questão do final da vida humana merecerá um grande destaque na XXII
conferência internacional do Conselho Pontifício para a Pastoral da Saúde, este ano
dedicada ao tema "O cuidado pastoral das pessoas idosas". A iniciativa, que se
prolonga de 15 a 17 de Novembro, convoca especialistas de todo o mundo para abordar
alguns dos temas mais delicados do ponto de vista médico e ético dos nossos dias.
Como é habitual nestas iniciativas, haverá espaço para um momento de diálogo inter-religioso,
com testemunhos de judeus, muçulmanos, budistas e hindus.
Ao longo dos trabalhos
deverá ser possível assistir a uma discussão sobre questões como os cuidados paliativos
ou a eutanásia. O Dia Mundial do Doente de foi dedicado, este ano, ao drama dos que
se encontram a morrer por causa de doenças terminais. Na sua mensagem para esta ocasião,
o Papa fez questão de ressaltar a necessidade de mais centros de cura paliativa, que
ofereçam cuidados integrais, proporcionando assim aos doentes "a assistência humana
e o acompanhamento espiritual de que precisam". "Trata-se de um direito que pertence
a cada ser humano, e todos nós temos o dever de nos comprometermos em defendê-lo",
escreveu Bento XVI.
Em Agosto deste ano, a Congregação para a Doutrina da
Fé publicou uma série de respostas a perguntas da Conferência Episcopal dos Estados
Unidos sobre a alimentação e hidratação artificiais. O texto reafirmava um critério
ético geral, segundo o qual a administração de água e alimento, mesmo se feitas por
vias artificiais, representa um meio natural de conservação da vida e não um tratamento
terapêutico. O seu uso deve portanto considerar-se ordinário e proporcionado, mesmo
quando o “estado vegetativo” se prolongar.