ALEMANHA: POLÊMICA ENTRE IGREJA CATÓLICA E PARTIDO VERDE, POR OFENSAS A CARDEAL
Berlim, 29 out (RV) – A definição de "pregador do ódio", utilizada pelo líder
do Partido Verde alemão, Volker Beck, para se referir ao cardeal-arcebispo de Colônia,
Joachim Meisner, desencadeou nova polêmica entre o partido ecologista e a Igreja Católica
na Alemanha, que estuda até mesmo a possibilidade de uma ação legal contra o líder
político.
Numa entrevista publicada nos dias passados, pelo semanário "Der
Spiegel", Volker Beck chama o cardeal, textualmente, de "pregador do ódio", referindo-se
a declarações feitas, precedentemente, pelo purpurado, nas quais, entre outras coisas,
ele critica a legalização dos matrimônios homossexuais e a adoção de crianças por
esse tipo de casais.
"Os modelos humanos alternativos de convivência sexual
não são verdadeiros e, por isso, são corrompidos em seu núcleo. A humanidade não faz
outra coisas senão destruir-se com a aceitação de tais modelos" _ disse o Cardeal
Meisner, na homilia da santa missa que celebrou, recentemente, por ocasião de uma
visita à Suíça.
O líder do Partido Verde _ homossexual declarado _ critica
a afirmação do cardeal, acrescentando que ele "atua de novo como justiceiro pregador
do ódio, que nega o direito de inteiros grupos de seres humanos à existência".
Um
porta-voz do Arcebispado de Colônia anunciou neste domingo, 28, que está sendo avaliada
a possibilidade de uma ação legal contra Beck, como já foi feito no passado, quando
um tribunal proibiu que um humorista político alemão usasse a mesma definição para
referir-se ao Cardeal Meisner.
Outros parlamentares "verdes" tomaram distância
das afirmações de Beck, qualificando-as de "inapropriadas e desproporcionais". A presidente
do Partido Verde, Claudia Roth, afirmou que tais polêmicas não devem ser vistas como
"confronto", uma vez que tanto os Verdes quanto a Igreja Católica "trabalham pela
preservação da criação". (AF)