JUNTA MILITAR DE MIANMAR TENTA COLOCAR CRISTÃOS E MUÇULMANOS À MARGEM DA SOCIEDADE
Yangun, 27 out (RV) - Os generais que compõem a Junta Militar no poder em Mianmar
(ex-Birmânia) anunciaram, neste sábado, a libertação de algumas pessoas que haviam
sido detidas durante as recentes manifestações de protesto contra o regime militar.
Todavia,
os fiéis de religiões diferentes do Budismo estão enfrentando sérios problemas e obstáculos
para obter a própria carteira de identidade, pois os militares impuseram enormes dificuldades.
Os
mais afetados são cristãos, muçulmanos, animistas e as minorias étnicas. Para esses,
obter a carteira de identidade é quase impossível. As pessoas não sabem explicar o
porquê das discriminações, e algumas pensam que o governo tenha a intenção de deixá-las
à margem da sociedade, como se não existissem, o que viria a acarretar sérias dificuldades
em relação ao direito de votar e à assistência médica.
Segundo um movimento
em favor da democracia, o texto da nova Constituição _ cuja redação foi anunciada
depois de 14 anos de consultas _ deverá ser submetido a um referendo popular, num
processo que deverá culminar em novas eleições. (MJ/AF)