ONU apela à protecção das mulheres nos conflitos armados
Os países membros da ONU foram chamados a redobrar os esforços para proteger as mulheres
vítimas de violências sexuais nos conflitos armados e dar-lhe uma voz mais forte em
matéria de paz e de segurança. O apelo foi lançado durante um debate público no
Conselho de Segurança visando analisar a aplicação de uma resolução adoptada em 2000
para proteger as mulheres e as raparigas das violações e de outras formas de violência
de sexual nos países em situação de conflito. “A violência contra as mulheres atingiu
proporções pavorosas e assemelha-se a uma pandemia em certas sociedades que tentam
ultrapassar um conflito”, afirmou, o secretário-geral da ONU. Ban Ki-moon fez
aparentemente alusão à República Democrática do Congo e à província sudanesa do Darfur,
onde a violação é praticada como uma arma de guerra. Os defensores dos direitos
do Homem fizeram soar o alarme relativamente ao recente aumento das violências sexuais
na província de Kivu norte na República Democrática do Congo, entre as quais as violações
colectivas durante as quais os agressores mutilam as suas vitimas ao ponto de uma
cirurgia não as poder recuperar. As violências sexuais continuam apesar das frequentes
condenações do fenómeno pelo Conselho de Segurança. “Se não tratarmos com urgência
desta situação, milhares de mulheres e de raparigas continuam a morrer e dezenas de
milhões serão sexualmente agredidas, traumatizadas, torturadas, estigmatizadas e ostracisadas”,
concluiu a conselheira especial para a causa das mulheres, do Secretário Geral da
ONU, Rachel Mayanja.