2007-10-25 15:59:25

Escolas católicas no contexto europeu


(25/10/2007) O papel das escolas católicas no contexto europeu, a crescente laicidade e perda de identidade, para além dos desafios que as políticas educacionais e o mercado económico europeu influencia o papel educativo estiveram nos dias passados em debate na Holanda, onde 39 participantes deram vida à Assembleia geral do Comité Europeu da Escola Católica.
Semestralmente as delegações dos países da União Europeia reúnem-se para partilhar caminhos, experiências e juntos delinear o projecto educacional “que na sua gênese se encontra no Evangelho”, assim explica Maria Helena Pereira do Secretariado Nacional de Educação Cristã que com Acácio Lopes, da Associação Portuguesa de Escolas Católicas representaram Portugal.
O Comité Europeu da Escola Católica, representado na CCEE - Conselho das Conferências Episcopais da Europa é palco para partilha de experiências e confronto de realidades. “Os países de Leste manifestam mais dificuldades”, aponta Maria Helena Pereira, que avança também com a realidade em Espanha onde “os pais estão empenhados na organização das escolas” ou até mesmo em França “onde as escolas se abrem a alunos muçulmanos”.
A Assembleia contou com a reflexão de Win von de Donk, conselheiro europeu para questões educacionais, que lançou a problemática de as escolas católicas estarem actualmente entre políticas educativas, lançadas pelos Estados governativos, e o mercado, onde o sistema financeiro se impõe.
Aliado ao contexto europeu que esbate diferenças que possam existir - a secularização, a laicização, a perda de identidade, conferem características e dificuldades à proposta das escolas católicas.
Win von de Donk propôs uma nova narrativa europeia onde o terceiro sector, concebido a partir de entidades como ONG’s ou instituições culturais, seria vital para uma nova dinâmica na identidade europeia, na cultura e construção de um novo modelo social, visto para além de um modelo económico.
O papel da Escola Católica, enquanto entidade envolvida no terceiro sector, seria de “através do seu trabalho de educação cristã, ajudar a desenvolver um novo modelo social e cultural”, recorda Acácio Lopes. “O conferencista propôs mesmo que a política não deveria ser feita a partir de Bruxelas mas com os diversos parceiros e Estados, entendidos como a junção de vários sectores da sociedade”.
A perda de identidade é preocupante. “A formação dos quadros directores das escolas católicas é fundamental”, adverte Maria Helena Pereira, “avivar a identidade e o carisma, para que o projecto não se perca”.
Os valores evangélicos têm de ser visíveis. “A Escola católica tem de ser marcada pela qualidade da relação, pela fidelidade ao carisma, marcado por um estilo de evangelização e por equipas formativas, que personalizem o ensino e que gerem uma competência e uma coesão entre escolas e comunidades locais e cristãs”, aponta Maria Helena Pereira relembrando desafios lançados na Assembleia. “Transformar a forma de apresentar a religião, ter como abordagem uma mudança de linguagem”.
Um apelo lançado pelo Vice-Presidente da OIEC - Oficinas Internacionais de Escolas Católicas, para que surjam projectos de geminação e parceria com o Norte de África
(Ecclesia)







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