CARDEAL TAURAN: IGREJA RESPONDERÁ A PEDIDO DE MAIOR COLABORAÇÃO ENTRE ISLAMISMO E
CRISTIANISMO
Nápoles, 23 out (RV) - Concluiu-se nesta terça-feira, em Nápoles, o 21º Encontro
Inter-religioso de Paz, organizado pela comunidade romana de Santo Egidio. O ato de
encerramento terá lugar esta noite, após a oração e a procissão, com uma cerimônia
durante a qual será proclamado e assinado por todos os líderes religiosos, o apelo
de paz 2007.
De domingo (21) a hoje, essa cidade do sul da Itália hospedou
numerosos expoentes das Igrejas cristãs, assim como representantes do Judaísmo, do
Islamismo, do Budismo e de outras religiões, que reiteraram seus apelos em favor da
reconciliação e da necessidade de intensificar o diálogo entre as religiões.
O
presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, Cardeal Jean-Louis
Tauran, falou de um "roteiro" para a convivência, da necessidade de fazer das religiões
um nome de paz.
Entrevistado pela Rádio Vaticano, eis o que nos disse o purpurado,
à margem do encontro...
Cardeal Jean-Louis Tauran:- "Esse diálogo é
um longo caminho. Portanto, precisamos sempre nos conhecer melhor. O diálogo é uma
peregrinação e um risco. É uma peregrinação, porque, justamente, é preciso muito tempo
para nos conhecermos, para entendermos as riquezas uns dos outros, e é um risco, porque
me coloca diante da pergunta: "Qual é o meu Deus, no qual creio? A minha fé incide
em minha vida?"Portanto, sou impelido a fazer uma espécie de exame de consciência.
Toda vez que nos encontramos diante de uma pequena dificuldade, nos damos conta de
que não nos conhecemos o bastante. Portanto, precisamos sempre dialogar, falar. É
um esforço que deve ser sempre levado adiante."
Participaram desse encontro,
em Nápoles, alguns dos 138 expoentes islâmicos, signatários da carta endereçada ao
papa e aos líderes cristãos, na qual pedem mais diálogo e maior colaboração entre
o Islã e o Cristianismo.
P. Cardeal Tauran, será dada uma resposta a essa
carta?
Cardeal Jean-Louis Tauran:- "Certamente, se responderá, porque
é um sinal positivo, que foi lançado aos cristãos. Como tive a oportunidade de dizer,
há novidades. Por exemplo, quando se fala de Jesus, é apresentado mediante citações
do Novo Testamento e não do Alcorão. Além disso, o texto não é polêmico e apresenta
muitos aspectos positivos. Há essa vontade de colaborar para a paz, mediante a religião.
O texto diz que muçulmanos e cristãos constituem _ juntos _ 55% da população mundial,
e isso representa um grande potencial para contribuir para a paz no mundo. O patrimônio
positivo contido nessa mensagem, deve ser acolhido." (RL)