2007-10-21 12:09:54

Fé e oração - a força que transforma o mundo em Reino de Deus: Bento XVI em Nápoles, com vento e chuva


“Nápoles carece de apropriadas intervenções políticas, mas antes ainda precisa de uma profunda renovação espiritual, de crentes que põem plena confiança em Deus e se empenham em difundir na sociedade os valores do Evangelho”.

Foi acompanhado por um vento glacial e por uma chuva inclemente que teve lugar, neste domingo, a visita pastoral de Bento XVI à cidade de Nápoles. O Papa presidiu à celebração eucarística numa vasta praça do centro. Presentes também as delegações de variadas confissões cristãs e de outras religiões, que participam no Encontro de líderes religiosos a favor da paz, desta vez sob o tema “Por um mundo sem violência – Religiões e culturas em diálogo”.

Sem deixar de evocar as muitas situações de dificuldade social e de violência com que se confrontam os napolitanos, Bento XVI, comentando o Evangelho do dia, sublinhou que “a força que… transforma o mundo em Reino de Deus é a fé – e expressão da fé é a oração”.

“Quando a fé se enche plenamente de amor de Deus – reconhecido como Pai bom e justo, a oração torna-se perseverante, insistente, torna-se um gemido do espírito, um grito da alma que penetra o coração de Deus. Desse modo, a oração torna-se a maior força de transformação do mundo”.

Em todo o caso – prosseguiu o Papa, referindo o exemplo da pobre viúva de que fala o Evangelho – “Deus não pode transformar as coisas sem a nossa conversão, e a nossa conversão inicia com o grito da alma, que implora perdão e salvação”.

“A oração cristã não é portanto expressão de fatalismo e de inércia, pelo contrário , é o oposto da evasão da realidade, do intimismo consolatório: é força de esperança, máxima expressão da fé na potência de Deus que é Amor e não nos abandona”.

Comentando a figura de Moisés, de braços abertos em oração persistente, o Papa não hesitou em afirmar que “Deus tem necessidade das mãos levantadas do seu servo”, braços levantados que fazem pensar nos de Jesus crucificado… Foi assim que o Redentor venceu a batalha decisiva contra o inimigo infernal. “A sua luta, as suas mãos levantadas para o Pai e abertas sobre o mundo requerem outros braços, outros corações que continuem a oferecer-se com o seu mesmo amor, até ao fim do mundo”.

Falando da violência e das variadas formas de pobreza e mal-estar que reinam em Nápoles, Bento XVI advertiu para o risco de que a violência se torne uma mentalidade difusa e sugeriu a necessidade de se intervir a diversos níveis:

“É necessário uma intervenção que envolva a todos na luta contra todas as formas de violência, partindo da formação das consciências e transformando as mentalidades, as atitudes e os comportamentos de todos os dias. Dirijo este convite a todos os homens e mulheres de boa vontade, no momento em que se realiza aqui em Nápoles o Encontro entre os lideres religiosos pela paz, tendo como tema: “Por um mundo sem violência – Religiões e culturas em diálogo”.

Na alocução pronunciada no final da Missa, antes da recitação do Angelus, Bento XVI, referindo de novo este Encontro promovido pela Comunidade de Santo Egídio, fez votos de que “esta importante iniciativa cultural e religiosa possa contribuir para consolidar a paz no mundo”.
Não faltou uma menção expressa à ocorrência neste domingo do Dia Mundial das Missões, tendo este ano como tema “Todas as Igrejas para todo o mundo”. O Papa recordou que “cada Igreja particular é corresponsável pela evangelização de toda a humanidade” e fez apelo a que não falte, “a todos os que actuam nas fronteiras da missão”, “apoio espiritual e material”.








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