2007-10-21 12:20:14

Bento XVI reafirma "autêntico espírito de Assis", dirigindo-se em Nápoles aos líderes religiosos


Mantendo vivo, ano após ano, o "espírito de Assis", a Comunidade de Santo Egídio mais uma vez congregou os líderes das diferentes confissões cristãs e das diversas religiões, seguindo o repetido apelo de João Paulo II. O encontro tem lugar em Nápoles, aonde se deslocou o Papa neste domingo 21.
Na homilia da Missa celebrada por Bento XVI, com a presença dos delegados cristãos, Bento XVI, falando da violência e das variadas formas de pobreza e mal-estar que reinam em Nápoles, advertiu para o risco de que a violência se torne uma mentalidade difusa e sugeriu a necessidade de se intervir a diversos níveis:
“É necessário uma intervenção que envolva a todos na luta contra todas as formas de violência, partindo da formação das consciências e transformando as mentalidades, as atitudes e os comportamentos de todos os dias. Dirijo este convite a todos os homens e mulheres de boa vontade, no momento em que se realiza aqui em Nápoles o Encontro entre os lideres religiosos pela paz, tendo como tema: “Por um mundo sem violência – Religiões e culturas em diálogo”.

Na breve alocução pronunciada no final da Missa, antes da recitação do Angelus, Bento XVI, fez votos de que “esta importante iniciativa cultural e religiosa possa contribuir para consolidar a paz no mundo”.

Por volta das 13 horas, na Aula Magna do Seminário de Nápoles, Bento XVI encontrou-se com os representantes das Igrejas e comunidades eclesiais e expoentes das grandes religiões mundiais. Saudando-os cordialmente, o Papa recordou a iniciativa do seu predecessor, que está na origem deste encontro anual: aquele primeiro encontro de Assis, em 1986, quando João Paulo II convidou altos representantes religiosos a congregarem-se na cidade de São Francisco, para rezarem pela paz, “sublinhando nessa ocasião o elo intrínseco que une uma autêntica atitude religiosa com a viva sensibilidade por este bem fundamental da humanidade. Convite renovado pelo mesmo Papa Wojtyla, em 2002, depois dos dramáticos acontecimentos do 11 de Setembro do ano anterior. E aqui Bento XVI quis precisar o conceito genuíno daquilo que se costuma designar como o “espírito de Assis”.

“No respeito das diferenças das várias religiões, somos todos chamados a trabalhar pela paz e a empenharmo-nos concretamente na promoção da reconciliação entre os povos. É este o autêntico ‘espírito de Assis’, que se opõe a toda e qualquer forma de violência e ao abuso da religião como pretexto para a violência.
Perante um mundo lacerado de conflitos, onde por vezes se justifica a violência em nome de Deus, é importante reafirmar que nunca as religiões se podem tornar veículos de ódio; nunca, em nome de Deus, se pode chegar a justificar o mal e a violência. Pelo contrário, as religiões podem e devem oferecer preciosos recursos para construir uma humanidade pacífica, porque falam de paz ao coração do homem.








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