MIANMAR: "LA CIVILTÀ CATTOLICA" INDICA NECESSIDADE DE UMA "ROAD MAP" PARA A DEMOCRACIA
Cidade do Vaticano, 18 out (RV) – "Seria necessária uma "road map" (um "roteiro")
capaz de coordenar várias formas de incentivos, pressões e sanções, a fim de que Mianmar
atue urgentes reformas que levem o país à democracia, ainda que, por ora, a Rússia
e a China tenham dito que se opõem às sanções da ONU contra a ex-Birmânia.
É
o que se lê no editorial de "La Civiltà Cattolica", a prestigiosa revista do jesuítas
italianos, em sua última edição, que estará nas bancas nesta sexta-feira. "Seria
preciso falar a uma só voz _ prossegue o texto _ como ocorreu, eficazmente, contra
o regime do "apartheid", na África do Sul."
Além disso _ explica a revista,
que só é publicada após o aval da Secretaria de Estado vaticana _ "juntamente com
o governo militar, devem ser envolvidas a dissidência birmanesa e as minorias étnico-religiosas".
A
"La Civiltà Cattolica" apadrinha o caminho da intervenção multilateral, defendido
pela ONU, sublinhando, porém, a necessidade de dar amparo às forças internas, uma
vez que o regime no país é ainda muito forte.
Quanto aos países da região,
"parece que esteja prevalecendo o cinismo do interesse comercial e do realismo político".
Nesse contexto _ ressalta o editorial de "La Civiltà Cattolica" _ tornou-se inconsistente
"o diálogo construtivo" que os países confinantes mantiveram com a ex-Birmânia, para
favorecer a democratização.
Concluindo, os jesuítas italianos evidenciam que
EUA e UE perderam sua influência sobre Mianmar, depois de anos de "sanções ineficazes",
enquanto a Rússia viu crescer sua influência com a Junta Militar no poder, sobretudo
depois de sua decisão de construir uma central nuclear experimental no país. Nesse
contexto _ sublinha o editorial _ "faz-se sempre mais urgente uma iniciativa multulateral."
(AF)