2007-10-15 20:49:20

UMA IGREJA A SERVIÇO DO EVANGELHO E DOS MAIS NECESSITADOS: INICIADA A VISITA 'AD LIMINA' DOS BISPOS DA REPÚBLICA DO CONGO


Cidade do Vaticano, 15 out (RV) - Bento XVI recebeu em audiência, esta manhã, no Vaticano, um grupo de bispos da Conferência Episcopal da República do Congo, também conhecida como Congo-Brazzaville, em visita ad Limina.

Trata-se de uma Igreja a serviço do Evangelho e dos mais necessitados. Evangelizado há mais de cem anos pelos padres Espiritanos (Congregação do Espírito Santo), o Congo-Brazzaville conheceu, sobretudo na primeira metade do século passado, um notável crescimento numérico da comunidade eclesial. Hoje, 58% dos 3 milhões de habitantes desse país _ com território pouco maior que o do Estado de Tocantins _ é de fé católica. Também as vocações sacerdotais estão em crescimento.

O Congo conta uma arquidiocese, cinco dioceses e uma prefeitura apostólica. Os sacerdotes são cerca de 400. Após mais de vinte anos de governos de matriz marxista, a Igreja se engajou no processo de reconstrução da sociedade civil congolesa, apoiando a transição ao multipartidarismo, na primeira metade dos anos 90.

Nos últimos anos, o episcopado tem denunciado os males que afligem o país, da miséria à AIDS, da desagregação das famílias ao aborto, e mais uma vez a má administração das riquezas do subsolo.

Por outro lado, a Igreja congolesa mostra grande vitalidade e hoje muitos jovens congoleses aceitam partir como missionários. Sobre os desafios atuais para a Igreja no Congo, eis o testemunho do presidente da Conferência Episcopal do Congo-Brazzaville e bispo de Kinkala, Dom Louis Portella Mbuyu:

Dom Louis Portella Mbuyu:- "Hoje há muito trabalho a ser feito na Pastoral da Família. Hoje encontramos uma diminuição do número de matrimônios cristãos: formam-se muitos casais, mas quando se trata de dar o passo do matrimônio sacramental começam os problemas e a prática da convivência vai se difundindo como uma coisa normal. Portanto, há muito a ser feito para que o povo entenda o sentido autêntico desse sacramento. Sempre no âmbito pastoral, os bispos apostam muito na formação dos leigos. A meu ver, isso é muito importante se se considera que na sociedade congolesa falta uma verdadeira presença cristã, vez que faltam leigos formados nas esferas de decisões políticas e econômicas. Trata-se de um problema, ao mesmo tempo, pastoral e social: ainda são muito poucos os cristãos convictos e formados e, portanto, têm pouco peso nesses níveis. Ao invés, é importante que haja lugar de testemunho da Igreja e, portanto, devemos formar os fiéis acerca da Doutrina social católica e, em particular, formar os fiéis com posições de responsabilidade para o sentido desse testemunho cristão."

Próxima aos mais pobres, a Conferência Episcopal Congolesa lançou justamente no final de sua 35ª assembléia plenária, em abril passado, um apelo por um compromisso concreto contra a miséria.

"A pobreza _ lê-se no comunicado dos bispos _ apresenta um dramático problema de justiça." Por isso, os prelados exortam o governo "a promover uma política eficaz de proteção social e de acesso duradouro ao trabalho". De fato, a Igreja é um ponto de referência para o povo congolês.

Em 1980, visitando o Congo-Brazzaville, João Paulo II afirmara que ali Cristo havia muitos amigos e que a Igreja africana "estava madura para afrontar todas as contrariedades e todas as provações". (RL)







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