A inauguração, dia 12 à tarde, da igreja da SS. Trindade, em Fátima, dá início ao ciclo culminante das celebrações dos 90 anos das aparições

Uns 40 Cardeais e Bispos de diversas nacionalidades acompanham o Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Tarcisio Bertone, enviado pessoal de Bento XVI para presidir às cerimónias.
Presentes na dedicação da nova igreja o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, assim como Jaime Gama, Presidente da Assembleia da República, e o ministro da presidência, Pedro Silva Pereira.
A Peregrinação Internacional destes dias 12-13 de Outubro deverá contar com centenas de milhares de peregrinos de Portugal e de todo o mundo.

A dedicação da igreja da Santíssima Trindade constitui uma celebração que segue uma prática muito antiga nos ritos litúrgicos, tanto do Oriente como do Ocidente. É um modo de declarar publicamente que o edifício é dedicado ao louvor a Deus e à celebração da salvação divina através das acções litúrgicas, às orações da comunidade e orações pessoais. O rito da dedicação da igreja e do altar é tido entre as acções litúrgicas mais solenes.
O rito da dedicação começa com a entrada na igreja, neste caso em procissão desde a Capelinha das Aparições, acompanhada pela imagem de Nossa Senhora. Caberá ao Bispo de Leiria/Fátima abrir a porta principal, apresentada como símbolo de Cristo.
Dos ritos na entrada na nova igreja sobressai a sua entrega ao Bispo local pelos representantes daqueles que trabalharam para a construção. Após a explicação do novo edifício e do seu significado, segue-se a aspersão da igreja: o Bispo benze a água e com ela asperge o povo, o altar e o ambão. É depois das Leituras, da homilia e das ladainhas que tem lugar propriamente o rito da dedicação.

Como explica o ritual para estas cerimónias, a celebração da Eucaristia é o rito mais importante e o único necessário para dedicar a igreja, no entanto, segundo a tradição comum da Igreja, quer do Oriente quer do Ocidente, diz-se também a Oração da Dedicação, na qual é significada a intenção de dedicar a igreja ao Senhor para sempre e se pede a sua bênção.
É nesta altura que será colocada a pedra do túmulo de São Pedro, oferecida por João Paulo II, junto ao altar, lendo-se a carta que acompanhou a oferta e a inscrição na pedra.
Após a oração da Dedicação, pronunciada pelo presidente da celebração, o Cardeal Tarcisio Bertone, decorrem os ritos da unção, da incensação, do revestimento e da iluminação do altar e das paredes da igreja. A unção é feita com o chamado óleo do santo crisma, para significar que a igreja é dedicada totalmente e para sempre ao culto cristão. A incensação da nave da igreja indica que ela, por meio da dedicação, se torna casa de oração. O revestimento do altar indica que o altar cristão é a mesa do Senhor. A iluminação do altar, à qual se segue a iluminação da igreja, faz recordar que Cristo é "Luz para se revelar às nações".
Preparado o altar, celebra-se a Eucaristia, que é a parte principal e a mais antiga de todo o rito. A celebração da Eucaristia está estreitamente unida ao rito da dedicação da igreja. Após a Comunhão, será inaugurada a capela do Santíssimo Sacramento, atrás do presbitério.