CHINA ACUSA O DALAI LAMA DE APOIAR "SEITAS MALÉFICAS"
Pequim, 10 out (RV) – A China acusou o Dalai Lama Tenzin Gyatso, nos dias passados,
de apoiar "seitas maléficas" como a japonesa "Verdade Suprema", responsável pelo atentado
no metrô de Tóquio, em 1995, ou a "Falun Gong", movimento espiritual proibido por
Pequim, na década de 90.
"O apoio do Dalai Lama permitiu que Shoko Asahara
(ex-líder da seita "Verdade Suprema) pudesse passar de trapaceiro e charlatão a professor
religioso" _ afirma um artigo divulgado ontem, pela agência de notícias oficial chinesa
Xinhua.
O texto arremete contra o que define de "tumor maligno dos cultos maléficos"
e denuncia que Tenzin Gyatso _ 14º Dalai Lama _ enviou às autoridades japonesas uma
série de cartas de recomendação, nas quais louvava as capacidades de Asahara.
Tais
recomendações _ segundo Pequim _ permitiram que Asahara e seu movimento propagassem
seu credo e gozassem da isenção de impostos.
Sobre o suposto apoio do Dalai
Lama à "Falun Gong", o artigo da Xinhua acusa o líder religioso e político tibetano
de "conspirar" junto com Li Hongzhi, líder desse movimento espiritual.
A "Falun
Gong", que chegou a ter 80 milhões de seguidores na China, denunciou vários líderes
chineses, por presumíveis delitos de genocídio e pela prática de torturas.
O
Dalai Lama exilou-se na Índia em 1959, depois do fracasso de uma rebelião tibetana
contra a ocupação do Tibete por parte da China, na qual morreram 87 mil tibetanos.
Ele vive em Dharamsala, de onde lidera o chamado "governo tibetano no exílio".
O
líder tibetano _ prêmio Nobel da Paz-1989 _ acusa a China de ter perpetrado um "genocídio
cultural" no Tibete, facilitando a emigração maciça de chineses da etnia majoritária
"Han", para uma região que, por séculos", viveu isolada do mundo exterior.
Por
sua vez, Pequim considera o Dalai Lama como um "agitador político" empenhado em corroer
a unidade da China e assegura que ele está num "beco sem saída". (AF)