Os 90 anos de Fátima recordados pelo Papa, domingo, ao Angelus. Bento XVI recomenda
a reza do terço pela paz. Já em vista do Dia mundial das Missões, Papa averte que
o anúncio de Cristo é o primeiro dever da Igreja e evoca S. Daniel Comboni
Fátima e os três pastorinhos foram expressamente recordados pelo Papa ao Angelus deste
domingo 7 de Outubro. O Pontífice evocou a tradicional imagem da Senhora do Rosário
– com Maria que num braço sustenta o Menino Jesus, ao mesmo tempo que com o outro
entrega a São Domingos o terço.
“Esta significativa iconografia mostra que
o Terço do Rosário é um meio dado pela Virgem para contemplar Jesus e, meditando a
sua vida, amá-lo e segui-lo cada vez mais fielmente. É a recomendação que Nossa Senhora
deixou também em várias aparições. Penso em particular nas de Fátima, faz agora 90
anos. Apresentando-se aos três pastorinhos Lúcia, Jacinta e Francisco como ‘a Senhora
do Rosário’, recomendou com insistência que rezassem o Terço todos os dias para obter
o fim da guerra. Também nós queremos acolher o materno pedido da Virgem, comprometendo-nos
a rezar com fé o Terço pela paz nas famílias, nas nações e no mundo inteiro”.
“Mas
– observou ainda Bento XVI – nós sabemos que a verdadeira paz se difunda quando e
onde os homens e as instituições se abrem ao Evangelho”…
“O mês de Outubro
ajuda-nos a recordar esta verdade fundamental mediante uma especial animação que tende
a manter vivo o espírito missionário em todas as comunidades e a sustentar o trabalho
de todos os que – padres, religiosos, religiosas e leigos – actuam nas fronteiras
da missão da Igreja”.
Neste contexto, o Papa recordou o próxima celebração,
daqui a quinze dias, no domingo 21 de Outubro, do “Dia Mundial das Missões”, tendo
desta vez como tema “Todas as Igrejas para todo o mundo”, sublinhando com vigor a
responsabilidade primordial da Igreja no anúncio do Evangelho.
“O anúncio
do Evangelho permanece o primeiro serviço que a Igreja deve à humanidade, para oferecer
a salvação de Cristo ao homem do nosso tempo, humilhado e oprimido em tantas formas,
e para orientar em sentido cristão as transformações culturais, sociais e éticas em
curso no mundo”.
Este ano – fez ainda notar Bento XVI – há mais um motivo
para um renovado empenho missionário: os 50 anos da Encíclica “Fidei domum”, de Pio
XII, que promoveu e encorajou a cooperação entre as Igrejas, para a missão ‘ad gentes’.
E o Papa quis ainda recordar outra comemoração destes dias: foi há 150 anos que partiram
para a África – precisamente para o actual Sudão – cinco padres e um leigo do Instituto
do padre Mazza, de Verona. Entre eles se encontrava uma figura missionária hoje bem
conhecida em todo o mundo…
“Entre eles estava S. Daniel Comboni, futuro bispo
da África central e patrono destas populações – cuja memória litúrgica ocorre no próximo
dia 10. À intercessão deste pioneiro do Evangelho e dos outros numerosos Santos e
Beatos missionários, e particularmente à materna intercessão da Rainha do Santo Rosário,
confiamos todos os missionários e missionárias. Que Maria nos ajude a recordar-nos
que cada cristão está chamado a ser, com a palavra e com a vida, anunciador do Evangelho”.