A Igreja não pretende o poder nem privilégios, deseja apenas exercer livremente a
sua missão ao serviço de todos: Bento XVI ao novo embaixador da Itália
“Como já no passado, a Igreja Católica não deixará de oferecer à sociedade civil
a sua contribuição específica, promovendo e elevando aquilo que de verdadeiro, de
bom e de belo nela se encontra, iluminando todos os sectores da actividade humana
com meios conformes ao Evangelho e em harmonia com o bem de todos, segundo a diversidade
dos tempos e das situações”: assegurou-o Bento XVI, recebendo nesta quinta-feira,
no Vaticano, as Cartas Credenciais do novo Embaixador da Itália, António Zanardi Landi.
Precisamente no dia em que a Igreja celebra a memória de São Francisco de Assis, Padroeiro
principal da Itália (juntamente com Santa Catarina de Sena).
O Papa fez
votos de que “o Povo italiano, fiel aos princípios que inspiraram o seu caminho no
passado, saiba também neste nosso tempo, marcado por vastas e profundas transformações,
prosseguir na via do autêntico progresso”.
“A Itália poderá assim oferecer
à comunidade internacional um precioso contributo, promovendo aqueles valores humanos
e cristãos que constituem um irrenunciável património ideal, e que deram vida à sua
cultura e à sua história civil e religiosa”.
Citando o Concílio Vaticano
II, Bento XVI recordou que “a comunidade política e a Igreja são independentes e autónomas
uma da outra no seu próprio campo. Ambas, embora a título diverso, estão ao serviço
da vocação pessoal e social das mesmas pessoas humanas”. Colaborando a favor da promoção
do homem e do bem de toda a comunidade internacional – assegurou o Papa – a Igreja
não visa o poder, não pretende privilégios, não aspira a posições de vantagem económica
e social”.
“O seu único objectivo é servir o homem, inspirando-se, como
suprema norma de conduta, nas palavras e no exemplo de Jesus Cristo que ‘passou fazendo
o bem e curando a todos’. A Igreja Católica pede, portanto, para ser considerada na
sua natureza específica, para poder desempenhar livremente a sua missão peculiar a
bem não só dos seus fiéis mas de todos os italianos”.