2007-10-03 20:05:11

SANTA SÉ FAZ APELO PELA ELIMINAÇÃO TOTAL DOS TESTES NUCLEARES


Viena, 03 out (RV) - A comunidade internacional tem o dever de banir os testes nucleares. Foi o que afirmou Mons. Michael Banach, em pronunciamento nestes dias em Viena, na Áustria, como representante da Santa Sé na V Conferência para facilitar a entrada em vigor do Tratado sobre a Interdição Global dos Testes Nucleares (CTBT).

Cento e setenta e sete países aderem ao Tratado CTBT, estabelecido em 1996, mas somente 140 o ratificaram. Falta ainda a ratificação por parte de países como os EUA, a China, a Índia, o Paquistão, o Irã e a Coréia do Norte. A entrada em vigor do Tratado _ ressaltou Mons. Banach _ é mais do que nunca urgente e necessária no atual contexto "caracterizado pela ameaça do terrorismo e pelas crises nas relações internacionais".

"Nessa perspectiva, as medidas adotadas para combater o terrorismo nuclear e, mais em geral, os instrumentos nacionais e internacionais para impedir às organizações criminosas e a outros atores não-estatais possuir armas de destruição em massa, devem ser bem-vindas."

Ademais, "os Estados _ acrescentou o delegado vaticano _ devem retomar o processo de desarmamento nuclear. Para tanto, parecem necessários um renovado compromisso dos Estados a implementar o Tratado de Não-Proliferação das Armas Nucleares de 1968, e a declaração de uma eliminação geral dos testes nucleares".

Para Mons. Banach, "os testes nucleares são ditados pelo desejo de desenvolver armas sempre mais sofisticadas e perigosas. Portanto, são indicativos de uma 'cultura de guerra e de morte' que coloca em risco não somente a paz, mas _ dada a natureza particularmente destrutiva das armas nucleares _ a própria existência da família humana. Por vezes, os Estados justificam os testes nucleares recorrendo às exigências de segurança e proteção dos povos".

Mas "esse argumento não consegue convencer" _ ressaltou o delegado vaticano: "de fato, conduz à proliferação de armas, que, dada a sua capacidade destrutiva, são capazes de eliminar os próprios povos que dizem proteger e defender".

Por vezes _ prosseguiu Mons. Banach _ "os Estados justificam os testes nucleares com o fato de buscar desenvolver armas 'inteligentes' ou 'limpas', isto é, armas nucleares cujos efeitos mecânicos, térmicos e radioativos são limitados".

Mas também esse argumento não convence _ segundo o representante da Santa Sé: "de fato, todas as armas nucleares têm indiscriminados efeitos radioativos, que são danosos para a vida e a saúde dos seres humanos, e para o ambiente".

"Portanto, a declaração de uma eliminação geral dos testes nucleares _ afirmou _ é um dever da comunidade internacional para com todos os povos."

"A Santa Sé _ concluiu Mons. Banach _ aprova o uso da tecnologia nuclear para fins pacíficos", mas ao mesmo tempo ressalta que a segurança desses programas "depende de duas condições necessárias: o abandono de projetos nucleares hostis e a eliminação geral dos testes nucleares". (RL)







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