ADMINISTRADOR APOSTÓLICO DE MOGADÍSCIO ANALISA SITUAÇÃO NA SOMÁLIA
Mogadíscio, 02 out (RV) - Cerca de 200 organizações internacionais não-governamentais
(ONGs) reuniram-se nos dias passados, em Genebra, Suíça, convocados pelo Alto Comissariado
das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR). O objetivo da reunião era preparar a agenda
do encontro anual do Comitê Executivo do ACNUR, que teve início nesta segunda-feira,
1º de outubro.
Entre os organismos presentes estava a Comissão Internacional
Católica para as Migrações (ICMC), ativa em 30 países, que levou o testemunho do administrador
apostólico de Mogadíscio, Somália, Dom Giorgio Bertín, que é também bispo de Djibuti,
onde reside, justamente por causa das críticas condições na Somália.
À Rádio
Vaticano, Dom Bertín fez uma análise da situação no país...
Dom Giorgio
Bertín:- "Infelizmente, as notícias não são ainda excelentes, como gostaria. Cerca
de um mês atrás, se concluiu um Congresso de Reconciliação e de Paz, em Mogadíscio,
que até o momento, parece não ter dado frutos visíveis ou imediatos."
P.
Dom Bertín, o senhor vive há muitos anos na região do "Chifre da África", onde se
registra uma forte emigração, em particular na Somália e na Etiópia. Como a comunidade
internacional responde a essa emigração maciça?
Dom Giorgio Bertín:-
"As instituições internacionais, de modo particular o Alto Comissariado para Refugiados,
têm instrumentos jurídicos para ocupar-se das pessoas que pedem refúgio, que pedem
asilo. Ao invés, não se ocupam dos inúmeros migrantes "econômicos", que fogem, sobretudo,
por causa da pobreza, da instabilidade e da insegurança. O que acontece com essas
pessoas? Eis o porquê do meu testemunho, para evidenciar os grandes perigos que essas
pessoas enfrentam, e pedir à comunidade internacional que se ocupe desses emigrantes
"econômicos"." (BF/AF)