MIANMAR: CATÓLICOS PROTESTAM CONTRA A DITADURA MILITAR JUNTO COM MONGES BUDISTAS
Yangun, 28 set (RV) - Vários estudantes católicos e alguns sacerdotes encontram-se
entre as pessoas que marcham em Mianmar, desafiando a Junta Militar no poder.
Os
bispos de Mianmar publicaram _ dias atrás _ uma declaração, na qual pedem aos 600
mil católicos do país, para que rezem pelo povo birmanês e pela reconciliação nacional.
Em várias paróquias de Mianmar, estão sendo realizados momentos de oração
com a recitação do terço. Nas cidades de Yangun e Mandalay, muitos estudantes católicos
universitários e do ensino médio participaram dos protestos contra a ditadura militar,
junto com a população. Entre os sacerdotes, estão aqueles que visitam regularmente
os monges budistas e os apóiam nesse protesto contra o governo militar.
"A
história da Igreja Católica em Mianmar é permeada de mártires, e não temos medo de
colocar em risco a nossa vida pelo bem de nosso país" _ disseram alguns fiéis.
Segundo
algumas testemunhas, as pessoas em Mianmar estão desesperadas, sobretudo por causa
da difícil situação econômica. As famílias não têm dinheiro para comprar arroz, gás
e não dispõem de eletricidade em suas casas.
A Caritas Internationalis lançou
um apelo pelo fim da violência em Mianmar, pedindo ao governo birmanês que respeite
os direitos dos civis, incluindo o de se manifestarem pacificamente.
A secretária-geral
da Caritas Internationalis, Lesley-Anne Knight, condenou a repressão violenta das
manifestações pacíficas, reiterando a solidariedade da organização católica para com
o povo birmanês.
Neste sábado, o enviado da ONU, Ibrahim Gambari, chegará a
Mianmar, e o Conselho de Direitos Humanos, das Nações Unidas, marcou uma reunião para
a próxima terça-feira, a fim de estudar a difícil situação do país. (MJ/AF)