TUTELA EFICAZ DO AMBIENTE DEPENDE DE ACORDO REAL ENTRE ESTADOS
Nova York, 25 set (RV) - "O futuro em nossas mãos: afrontar o desafio das mudanças
climáticas apresentado aos líderes": esse foi o tema da conferência que se realizou
ontem, segunda-feira, na sede da ONU, em Nova York. Uma reunião da qual participaram
mais de 150 países, e que teve a finalidade de lançar as bases para um novo acordo
"salva-clima" em vista do vencimento do Protocolo de Kyoto, fixado para 2012.
Participou
da consulta uma delegação vaticana, chefiada pelo subsecretário da Santa Sé para as
Relações com os Estados, Mons. Piero Parolin, que nos diz com qual mensagem a Santa
Sé participou dessa conferência...
Mons. Piero Parolin:- "Na esteira
do que recentemente disse o Santo Padre sobre esse tema, diria que a nossa mensagem
pode se resumir em alguns pontos: o primeiro é que a questão das mudanças climáticas
e a questão da degradação ambiental se inserem na ordem dos imperativos morais. A
Santa Sé não pode propor soluções concretas, contingentes, mas quer reiterar essa
dimensão fundamental que pode suscitar respostas adequadas ao próprio problema. Depois,
há um segundo ponto: pode-se aplicar à proteção do ambiente aquela "responsabilidade
de proteger" que, na terminologia da ONU, é usada, como bem se sabe, num contexto
diverso. Os Estados devem ainda encontrar uma estratégia comum, a partir da convicção
de que ninguém pode resolver sozinho, esses problemas, e a partir da necessidade de
deixar de lado os interesses particulares, para tomar uma ação comum. O último ponto
que gostaria de ressaltar, é que é necessário, nesse campo como em outros, passar
verdadeiramente das palavras aos fatos concretos."
P. Mons. Parolin, essa
conferência de Nova York foi um prelúdio da conferência de Bali, na Indonésia, programada
para dezembro, onde se deverá selar um acordo internacional "salva-clima". Quais são
as esperanças para esta próxima etapa?
Mons. Piero Parolin:- "Parece-me
que as esperanças nascem justamente deste encontro de alto nível. Evidentemente, o
problema é muito complexo, porém _ ao menos daquilo que eu percebo _ existe a vontade
de dar respostas viáveis, de dar respostas concretas, porque se tem a convicção de
que disso depende o presente e o futuro da humanidade." (RL/AF)