PAPA A BISPOS DE BENIN: FÉ CRISTÃ DEVE INCULCAR LIBERDADE INTERIOR
Castel Gandolfo, 20 set (RV) - Bento XVI recebeu em audiência, esta manhã,
em Castel Gandolfo, um grupo de 10 bispos da Conferência Episcopal Beninense, em visita
"ad Limina Apostolorum". No discurso que lhes dirigiu, o papa falou de diversos aspectos
da vida eclesial e civil em Benin.
Em primeiro lugar, Bento XVI falou do ministério
episcopal, encorajando os bispos a desenvolverem uma autêntica espiritualidade de
comunhão, para enfrentar as dificuldades que se apresentam. "Essa espiritualidade
de comunhão _ disse o papa _ é o modo de suscitar a esperança no coração do povo beninense
e contribuir para manter a unidade e a concórdia nacionais."
Essa mesma comunhão
deve ser incentivada nos presbíteros, e na relação entre os bispos e seus sacerdotes,
para que assumam plenamente seu ministério sacerdotal. "Criar e reforçar a amizade
com Cristo _ disse o pontífice _ é o modo para servir generosamente, as pessoas a
eles confiadas. É assim que os sacerdotes poderão tornar concretamente presente o
Evangelho na sociedade."
Sobre a relação entre Igreja e tradição, o papa afirmou
que a influência dos valores tradicionais continua muito presente na vida social em
Benin: "Os melhores aspectos dessa tradição devem ser encorajados, mas _ adverte o
papa _ é necessário refutar suas manifestações que prejudicam, provocam medo ou a
exclusão de outras pessoas."
Nesse sentido, a fé cristã deve inculcar nos
corações, a liberdade interior e a responsabilidade que Cristo nos dá. Uma sólida
formação cristã será, portanto, indispensável, para ajudar os fiéis a confrontarem
a fé com as crenças tradicionais. Nessa relação, a colaboração dos catequistas é uma
contribuição valiosa, assim como a dos institutos de vida consagrada, que oferecem
uma generosa contribuição à missão.
Acerca da presença da Igreja por meio de
sinais visíveis, Bento XVI ressaltou que as celebrações litúrgicas ocupam um papel
eminente, e os fiéis devem participar dessas celebrações de maneira plena, ativa e
fecunda. Para favorecer essa participação _ indicou o Santo Padre _ é legítimo adaptar
o rito aos diversos contextos culturais, com a condição de que sejam respeitadas as
normas estabelecidas pela Igreja.
A presença da Igreja na sociedade se manifesta
também pelas intervenções públicas de seus pastores. Em diversas circunstâncias _
lembrou o papa _ os bispos de Benin defenderam corajosamente os valores da família
e do respeito pela vida. Por isso, Bento VXI encoraja esse engajamento, que é um serviço
prestado a toda a sociedade.
Nessa perspectiva, o papa indicou a formação
dos jovens como uma das prioridades pastorais.
Outra preocupação do pontífice
é a preparação ao sacramento do matrimônio, assim como o acompanhamento permanente
das famílias, em especial nos momentos de maior dificuldade.
Por fim, o Santo
Padre falou das relações entre cristãos e muçulmanos em Benin que, de modo geral,
se dão num clima de compreensão recíproca. Para prevenir qualquer forma de intolerância
e de violência _ aconselhou o papa _ "é conveniente promover um diálogo sincero, fundado
no conhecimento mútuo".
Bento VXI conclui seu longo discurso, encorajando os
bispos a perseverarem em sua missão a serviço do povo de Deus em Benin, confiando-os
à intercessão materna de Maria, Rainha da África. (BF/AF)