Cidade do Vaticano, 20 set (RV) - O cardeal secretário de Estado, Tarcisio
Bertone, está completando seu primeiro ano no cargo. A data foi uma ocasião para que
o cardeal fizesse um balanço desse primeiro ano, numa entrevista ao jornal italiano
"L'Avvenire", na qual fala de diversos temas e responde a algumas críticas.
Há
quem diz que, na verdade, quem comanda a Igreja é ele _ o Cardeal Bertone _ e não
o papa, que usaria seu tempo para escrever livros. "Não é verdade _ afirma o cardeal
_ o papa tem uma grande consciência de seu papel de sumo pontífice da Igreja Universal,
com todas as obrigações e deveres que isso comporta; eu sou somente o seu secretário
de Estado, e procuro cumprir a minha tarefa em perfeita comunhão com o papa."
Sobre
as relações com o Islamismo, depois do discurso em Regensburg, Alemanha, que desencadeou
várias polêmicas, o cardeal secretário de Estado diz que a viagem do papa à Turquia
serviu para redimensionar o diálogo com os muçulmanos, e que, agora, as relações foram
retomadas com a devida estima e cordialidade.
Outro tema polêmico é a reforma
da Cúria romana que, segundo especialistas, seria muito italiana, ou seja, "bairrista".
O Cardeal Bertone afirma que a internacionalização da Santa Sé foi e é uma escolha
obrigatória, mas a pertença geográfica não pode ser _ positiva ou negativamente _
o critério único e dominante, na escolha dos mais estreitos colaboradores do papa.
A propósito, ele observa que os italianos à frente de um organismo da cúria
são nove, enquanto há 16 não-italianos. Quanto a uma possível reforma para "enxugar"
a Cúria romana, o secretário de Estado disse que se trata de uma hipótese que ainda
está sendo estudada e verificada e, por isso, não pode dizer nada a respeito. (BF/AF)