IGREJA NO PAQUISTÃO: SITUAÇÃO DOS CRISTÃOS É GRAVE
Islamabad, 19 set (RV) - A situação das comunidades cristãs no noroeste do
Paquistão é grave. Os fiéis são alvo de contínuas violências, ameaças e intimidações,
e estão todos os dias em perigo de vida, na mira de grupos terroristas que atuam na
área. Esse é o alarme lançado por intermédio da agência missionária de notícias _
FIDES _ pela Comissão "Justiça e Paz" da Conferência Episcopal.
Em 15 de setembro
passado, uma bomba foi lançada no meio da noite, na "Saint John Bosco Model School",
no distrito de Bannu, instituto dirigido pelos missionários de Mill Hill. O atentado
não provocou vítimas, mas a capela ficou completamente destruída, e outras partes
do edifício foram danificadas.
A escola é freqüentada por estudantes cristãos
e muçulmanos, e também os professores são de diversas religiões. Segundo a Comissão,
trata-se um exemplo de convivência pacífica e de harmonia, mas o atentado assustou
os funcionários, os estudantes e as famílias. No distrito de Bannu, moram cerca de
800 famílias cristãs.
Na mesma província, em Sangota (distrito de Swat), outra
escola católica, a "Public High School", teve que fechar as portas, de 9 a 17 de setembro,
depois de ter recebido uma carta ameaçadora, que preanunciava um ataque suicida dentro
do instituto. A carta, publicada também pela imprensa local, era assinada por um grupo
militante radical islâmico _ o "Jan Nisaran-e-Islam" _ e acusava as religiosas que
dirigem a escola, de fazerem proselitismo com as jovens muçulmanas.
Depois
das ameaças, a Igreja local pediu a intervenção e a proteção da polícia, que desde
então, vigia a escola dia e noite.
A Comissão "Justiça e Paz" nota que violências
contínuas se vêm verificando há meses, também contra comunidades cristãs em outras
províncias. Apesar das intimidações, a Igreja se recusa a fechar as escolas.
A
Comissão conclui: "Somente a urgente resolução de questões fundamentais de liberdade,
democracia e direitos humanos pode devolver a paz e harmonia social ao Paquistão."
(BF/AF)