2007-09-16 19:52:50

"SEM DEUS, A ARTE É DEGENERADA" AFIRMA CARDEAL MEISNER: IMEDIATA POLÊMICA


Berlim, 16 set (RV) – "Se a cultura perde de vista Deus, se torna degenerada." Imediata polêmica em torno dessa afirmação do cardeal-arcebispo de Colônia, Alemanha, Joachim Meisner, feita durante a inauguração do novo museu "Kolumba", de arte religiosa.

O museu foi construído sobre os escombros de uma igreja destruída pelos bombardeios da II Guerra Mundial.

O purpurado _ conhecido na Alemanha por suas tomadas de posição muito claras _ afirmou, em seu discurso de inauguração do museu, que "quando a cultura se desvincula do culto e da veneração a Deus, o culto se enrijece no ritualismo e a cultura degenera". "Não nos esqueçamos _ acrescentou o Cardeal Meisner _ que existe um nexo que não pode ser cancelado, entre a cultura e o culto."

O primeiro a contestar _ duramente _ as afirmações do purpurado, foi o vice-ministro da Cultura da região da Renânia-Westfalia, o democrata-cristão Hans-Heinrich Grosse-Brockhoff. Numa entrevista ao jornal "Koelner Stadt-Anzeiger" o líder político declarou: "É espantoso que o Cardeal Meisner se tenha deixado levar por tais termos. Isso demonstra que ele não tem o menor conhecimento do que seja cultura e arte."

Os nazistas haviam definido a arte moderna como "arte degenerada", porque não se enquadrava nos seus esquemas estéticos e, logo após a chegada de Hitler ao poder, em 1933, haviam seqüestrado cerca de 16 mil obras de arte, de artistas modernos e contemporâneos.

O ministro nazista da Propaganda _ Josef Goebbels _ havia organizado, em Munique, uma mostra de arte intitulada "Arte degenerada", na qual foram expostas 650 obras confiscadas de 32 museus alemães.

Consciente do "escorregão" lingüístico de que foi vítima, o Cardeal Meisner explicou, numa entrevista radiofônica, que sua intenção fora apenas dizer que, "quando se separam arte e cultura, ambas sofrem".

Três semanas atrás, o cardeal-arcebispo de Colônia se vira envolvido em outra polêmica, por ter criticado o grande vitral abstrato criado para o coro da catedral de Colônia, pelo artista alemão Gerhard Richter. Naquela circunstância, o cardeal afirmara que o vitral em questão "era mais apropriado a uma mesquita ou a qualquer outro local de culto", mas não a uma igreja católica. (AF)








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