2007-09-16 11:41:32

Recebendo o novo Embaixador da Irlanda, Papa sublinha complementaridade da razão com a fé e com a religião


“Dezasseis séculos de Cristianismo modelaram a identidade espiritual, moral e cultural do povo irlandês”, recordou Bento XVI recebendo, sábado de manhã, em Castelgandolfo, as Cartas Credenciais do novo Embaixador da Irlanda junto da Santa Sé, Noel Fahey (nos últimos cinco anos Embaixador em Washington). O Papa congratulou-se com a actual situação da Irlanda do Norte, promissora, após o longo e difícil processo de paz.


O Papa recordou o “crescimento económico sem precedentes” que caracterizou a Irlanda, nos últimos tempos. Esta prosperidade assegurou a muitos conforto material (observou), mas correspondeu também a um despertar do secularismo. Perante esta situação, Bento XVI congratulou-se com o “diálogo estruturado” recentemente empreendido entre a Igreja e o Governo, sublinhando “a importância de uma redescoberta dos princípios morais e éticos, e a necessidade de se reconhecer os limites da razão compreendendo ao mesmo tempo a relação essencial de complementaridade com a fé e com a religião.
“Articulando a verdade revelada, a Igreja presta um serviço a todos os membros da sociedade, fornecendo luz sobre os fundamentos da moral e da ética, purificando a razão e fazendo com que esta permaneça aberta à consideração das verdade últimas e incremente a sabedoria. Longe de ameaçar a tolerância das diferenças ou a pluralidade cultural, ou de usurpar o papel do Estado – assegurou o Papa, (a Igreja) favorece o seu contributo iluminando as verdades que tornam possível o consenso e garante um debate público racional, honesto e responsável. Quando não se respeita a verdade, é o relativismo a ocupar o seu lugar: em vez de ser governada por princípios, as escolhas políticas são cada vez mais determinadas pela opinião pública (…) e as verdadeiras categorias de bem e mal, certo e errada, degenera num cálculo pragmático de vantagem ou desvantagem”.


Relativamente à Irlanda do Norte, Bento XVI sublinhou que o “longo e árduo” Processo de Paz, que agora dá esperança de frutos duradouros, “beneficiou de amplo apoio internacional, da firme determinação política tanto da parte do Governo britânico como do irlandês, assim como da disposição de muitas pessoas e comunidades a fazer sua a sublime capacidade humana de perdoar”.
E fez votos de que a paz que está a contribuir para renovar a Irlanda do Norte possa inspirar os líderes políticos e religiosos de outras partes do mundo (onde reinam situações idênticas de tensão e conflito) a “reconhecerem que só o perdão, a reconciliação e o respeito recíproco permitem construir a paz”.








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