Cidade do Vaticano, 13 set (RV) - O Santo Padre recebe em audiência, nesta
sexta-feira, dia 14, o presidente do Sudão, Omar Hassan Ahmad al-Bashir.
Será
uma preciosa oportunidade para se falar da paz em Darfur e em todo o país, como declarou
a Caritas Internacional, sublinhando sua esperança de que seja resolvida a difícil
situação daquela região e incrementado o diálogo inter-religioso.
A crise
em Darfur é uma das maiores do mundo: atualmente, há na região, cerca de 2,2 milhões
de refugiados, e as pessoas continuam abandonando suas casas. No primeiro semestre
deste ano, calcula-se que os desabrigados chegaram à casa dos 170 mil.
A Caritas
Internacional responde a esta crise humanitária prestando, todos os anos, assistência
e serviços básicos a mais de 300 mil pessoas envolvidas no conflito, que perdura há
cerca de quatro anos.
A secretária-geral da Caritas Internacional, Lesley
Anne Knight, afirmou que "o organismo e seus associados são testemunhas dos terríveis
sofrimentos da população em Darfur". "Sabe-se _ disse ela _ que somente através de
um processo de paz sustentável e do fim da violência, poderá ser colocado um ponto
final no sofrimento daquele povo."
O encontro entre o papa e o presidente
al-Bashir poderia ser um passo importante para a população e, sobretudo, para Darfur,
assim como uma oportunidade para se enfrentar a crise humanitária.
Durante
seu pontificado, Bento XVI fez numerosos apelos em favor da paz no Sudão: em quatro
anos de conflitos na região de Darfur, 200 mil vidas humanas foram ceifadas.
A
Caritas Internacional conclui seu comunicado, afirmando que a paz em Darfur "só poderá
ser alcançada, quando os governantes se comprometerem com uma política de respeito
por toda a população".
Em 2005, o governo do Sudão e os rebeldes do Exército
de Libertação do Povo Sudanês (SPLA) assinaram um acordo de paz que colocou um ponto
final em 20 anos de guerra no sul do país. (MT/AF)