NO ÚLTIMO DIA DE SUA PEREGRINAÇÃO À ÁUSTRIA, BENTO XVI VISITA ABADIA E SE ENCONTRA
COM O MUNDO DO VOLUNTARIADO
Viena, 09 set (RV) – No quadro de sua peregrinação à Áustria, Bento XVI visitou,
esta tarde, a Abadia de Heiligenkreuz, a cerca de 30 km, de Viena, etapa importante
no caminho rumo ao santuário de Mariazell. Os peregrinos provenientes do Leste europeu,
que se dirigem ao santuário mariano, percorrem a estrada onde se encontra a abadia,
chamada "Via-sacra austríaca".
A Abadia de Heiligenkreuz é um mosteiro cisterciense
_ o mais antigo do mundo _ dedicado à Bem-aventurada Virgem Maria da Santa Cruz, fundado
em 1135, por Leopoldo III. Em 1188, o duque Leopoldo V presenteou o mosteiro com uma
relíquia da Santa Cruz, ali venerada ainda hoje.
Na abadia, o papa visitou
essa relíquia exposta sobre o altar da basílica de Heiligenkreutz, onde se deteve
em oração. A seguir, disse algumas palavras aos presentes, entre os quais 60 monges,
estudantes de Teologia, representantes do governo local, alguns bispos e paroquianos.
O
pontífice recordou as Regras de São Bento, segundo as quais "nada pode ser anteposto
ao Ofício Divino", que os monges recitam em coro.
"Na vida dos monges, a oração
é de suma importância: é o centro de sua tarefa profissional. De fato, eles exercem
a profissão de homens de oração. Sua vida e oração se tornam adoração. Trata-se de
um serviço sacro que prestam a Deus e aos homens".
Portanto _ ressaltou Bento
XVI _ o núcleo da vida monástica é a adoração. A esse núcleo, São Bento acrescentou
o trabalho: "Ora et labora" (oração e trabalho). Assim, os monges dão prioridade à
salvaguarda da alma e da criação.
O Santo Padre recordou ainda, que a Áustria
é o reino dos mosteiros, por ser rica de abadias e mosteiros seculares, lugares de
cultura e de tradição, oásis do espírito.
O Santo Padre concluiu, exortando
os monges a continuarem dando testemunho da presença de Deus, num mundo secular, árido
e sedento de Deus.
O último encontro do papa, nesta sua visita à Áustria,
foi com o mundo do voluntariado, na Casa dos Concertos (Viener Konzerthaus), de Viena.
A
Viener Konzerthaus foi inaugurada em 1913, na presença do Imperador Francisco José
I.
No discurso que dirigiu aos presentes, o papa manifestou seu reconhecimento
a Deus e aos homens de boa vontade, por todas aquelas pessoas que oferecem seu serviço
gratuito, ao irmão mais necessitado.
Trata-se _ disse o pontífice _ de uma
contribuição ativa e responsável na vida social e eclesial; de uma transmissão aos
outros, do dom e do amor recebidos gratuitamente de Deus.
"Se no homem concreto,
que encontramos, Jesus está presente, então a atividade, a título gratuito pode tornar-se
uma experiência divina. A participação nas diversas situações e necessidades dos homens
conduz a um novo estilo de convivência e de atuação. Assim, o serviço gratuito pode
ajudar as pessoas a saírem do seu isolamento e integra-se na sociedade."
Ao
término do encontro com o mundo do voluntariado, o pontífice se transferiu para o
aeroporto de Viena, de onde partiu de retorno para Roma. (MT/AF)