DIOCESE ARGENTINA CRITICA IGREJA NO PERÍODO DA DITADURA
Buenos Aires, 06 set (RV) - A Diocese de Neuquén critica o "silêncio" da Igreja
argentina no período da ditadura.
A crítica da Diocese de Neuquén foi feita
em uma carta distribuída nas paróquias da província. O texto foi divulgado por ocasião
do processo contra o sacerdote Christian Von Wernich, acusado de sete homicídios,
31 casos de torturas e 42 privações ilegais da liberdade durante a ditadura (1976-1983).
Lê-se
na carta: "Com dor, não podemos deixar de reconhecer que nem toda a Igreja foi coerente
com o que cremos e pregamos, se bem que nem toda a hierarquia tenha ficado surda,
diante do sofrimento de tantos irmãos." A propósito, o texto recorda os bispos que
lutaram contra a ditadura e que figuram na lista de desaparecidos.
Mas a crítica
continua: "Demasiado silêncio, falta de participação pública nos pedidos de justiça
e demasiada debilidade fizeram com que fossemos vistos como próximos aos ditadores
da morte, enquanto devíamos ser apóstolos da vida."
Desde que chegou ao poder,
em 2003, o presidente argentino, Nestor Kirchner, polemizou várias vezes com a Igreja
e, inclusive, acusou alguns setores eclesiásticos de cumplicidade com a repressão
desencadeada pelo governo militar, que provocou o desaparecimento de 30 mil pessoas.
(BF/AF)