2007-09-05 16:04:12

Sudão: piora situação humanitária no Darfur


(5/9/2007) A situação humanitária do Darfur está a deteriorar-se cada vez mais com o aumento de deslocados, da violência contra agentes humanitários e dos casos de mal nutrição.
O alerta foi lançado a 31 de Agosto por Margareta Wahlström, coordenadora substituta do Auxílio de Emergência das Nações Unidas (ONU).
De 1 de Junho a 21 de Agosto, 55 mil pessoas foram obrigadas a deixar as suas aldeias. O total de deslocados desde Janeiro, no Darfur, já passou os 250 mil.
Por outro lado, dos 6,4 milhões que vivem no Darfur, 2,2 milhões são deslocados ou refugiados no Chade e quatro milhões dependem da assistência humanitária para sobreviverem.
Os ataques contra agentes humanitários aumentaram em 150 por cento, incluindo rapto de veículos, ataques a colunas de ajuda e outros actos de violência.
Margareta Wahlström disse ainda que os casos de mal nutrição ultrapassam os 17 por cento da população.
Ban Ki-moon chegou ontem ao Sudão para uma visita de cinco dias, que o vai levar também ao Chade e à Líbia.
O acordo de paz no sul [do Sudão] está a ser mantido na generalidade, mas tem de haver mais esforços para acelerar a sua aplicação”, disse ontem Ban Ki-moon à imprensa na viagem para Juba, capital da região semi-autónoma do sul do Sudão. A visita tem por objectivo avaliar a aplicação do acordo de paz que em Janeiro de 2005 pôs termo a 21 anos de conflito armado entre o governo islâmico do norte e os rebeldes cristãos animistas do sul, acompanhada desde Março de 2005 por uma força de paz da ONU de 10 mil militares.

Sobre o jantar de trabalho que teve na última segunda-feira com o presidente sudanês, Omar El-Beshir, Ki-moon disse que o chefe de Estado “reafirmou o seu compromisso para a completa aplicação do acordo” e “assegurou o fim dos ataques contra posições rebeldes”. Ki-moon aproveitou também para anunciar a escolha do diplomata paquistanês Ashraf Qazi, actualmente chefe da equipa da ONU no Iraque, para novo representante das Nações Unidas no Sudão. A nomeação de Qazi ocorre quase um ano depois do governo do Sudão ter expulso o então representante da ONU no país, Jan Pronk, depois deste ter feito declarações sobre a violência em Darfur.
O Sudão opôs-se durante meses à substituição da força da União Africana (UA) no terreno por forças das Nações Unidas mas as autoridades sudaneses já manifestaram o seu apoio à resolução aprovada a 31 de Julho pelo Conselho de Segurança que prevê o envio de uma força mista de 26 mil militares, da ONU e da UA, para Darfur..








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