2007-09-05 16:15:44

CARDEAL POUPARD: O FUTURO DA IGREJA SE DECIDE NO ENCONTRO COM AS CULTURAS


Cidade do Vaticano, 04 set (RV) - Bento XVI nomeou ontem, como novo presidente do Pontifício Conselho para a cultura, Mons. Gianfranco Ravasi, até agora prefeito da Biblioteca Ambrosiana. Ele substituirá o Cardeal Paul Poupard, que deixa um encargo que desempenhava desde 1988.

Em 1985, o purpurado francês havia sido nomeado por João Paulo II como presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo com os não Crentes, organismo que depois foi absorvido em 1993, pelo Pontifício Conselho para a Cultura.

Portanto, por mais de 20 anos o Cardeal Poupard conduziu o diálogo entre a Igreja Católica e a sociedade contemporânea. Que balanço podemos fazer desses anos de diálogo... Quem nos responde é o próprio purpurado, falando à Rádio Vaticano:

Cardeal Paul Poupard:- "É difícil fazer um balanço. A coisa essencial é que hoje, na Igreja, há uma percepção maior do que está em jogo, que diz respeito ao encontro da Igreja com as culturas. É justamente aí que se joga o futuro da Igreja e do mundo. É uma coisa enorme, que se traduziu em muitas iniciativas, tanto para a evangelização das culturas quanto para a inculturação do Evangelho, que caminham de pari passu."

P. Cardeal Poupard, como a cultura mudou ao longo destes anos?

Cardeal Paul Poupard:- "Em primeiro lugar, há uma grande mudança no mundo, que se viu emergir, mais do que no passado, fora da Europa, nas consciências culturais, tanto das culturas tradicionais africanas quanto das grandes tradições culturais da Ásia, e também na realidade singular da cultura latino-americana. Ao invés, na Europa, ou melhor no Ocidente, compreendendo tanto a Europa quanto a América do Norte _ EUA e Canadá _ houve uma secularização progressiva e uma perda de terreno forte por parte da cultura cristã. Portanto, se exige da Igreja, um compromisso sempre mais incisivo para dar aos católicos e aos cristãos o sentido e o orgulho da própria cultura, a fim de não se deixar invadir pela cultura mundana, secularizada, que volta a ser pagã. Há toda uma corrente que, em nome da laicidade, se torna laicismo, e que gostaria de repelir a cultura católica e cristã também da vida pública, como se fosse inimiga da humanidade, quando, ao invés, é totalmente o contrário. Vimos, no grande debate sobre a Europa, esta afasia, esta amnésia, ou seja, este esquecer as raízes culturais da Europa. Nisso, no futuro estará _ de modo muito forte _ o compromisso, que não deixará de ter apoio, para afrontar essa nova problemática." (RL/AF)







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