Bento XVI lança apelo pela conservação do Ártico e do ambiente
(5/9/2007) Bento XVI lançou esta manhã um apelo em favor da conservação do Ártico,
sublinhando que "a conservação dos recursos hídrico e a atenção às mudanças climáticas
são matérias de enorme importância para toda a família humana". O Papa falava
durante a audiência geral desta manhã, no Vaticano, enviando uma saudação aos participantes
do Simpósio Internacional "Ártico, espelho de vida", que se inicia amanhã, na costa
ocidental da Gronelândia. A iniciativa é promovida pelo Patriarca ecuménico de Constantinopla
(ortodoxo), Bartolomeu I. "Desejo saudar todos os participantes - vários líderes
religiosos, cientistas, jornalistas e outras partes envolvidas - e assegurar-lhes
o meu apoio nestes esforços", referiu. Bento XVI manifestou-se "encorajado pelo
crescente reconhecimento da necessidade de preservar o ambiente" e convidou todos
a "rezar e trabalhar por um maior respeito de todas as maravilhas da criação de Deus".
O simpósio sobre o Ártico conta também com o apoio do presidente da Comissão Européia,
Durão Barroso, e do ex-secretário-geral da ONU, Kofi Annan. A iniciativa decorre
a bordo de um navio, que vai percorrer a costa da Gronelândia. Entre os temas em discussão,
está a busca de novos paradigmas para a reflexão sobre o ambiente, baseados nos princípios
da "interdependência" e da "co-responsabilidade" partilhados pela ciência e a religião.
Ainda no passado Domingo, Bento XVI pedia que se invertesse tendência da degradação
ambiental. “Antes que seja tarde demais, é necessário fazer escolhas corajosas para
recriar uma forte aliança entre o Homem e a Terra. É preciso dizer «Sim» - com firmeza
- à tutela da Criação e a um forte empenho para inverter as tendências, que se arriscam
a causar situações de degradação irreversível”, afirmou o Papa, sublinhando: “É às
futuras gerações que vai ser confiado o futuro do Planeta”. “Este ano a atenção
está voltada, sobretudo, para a Água, um bem preciosíssimo que, se não for partilhado
de modo justo e pacífico, tornar-se-á, infelizmente, motivo de duras tensões e amargos
conflitos”, acrescentou.
Na sua Mensagem para o Dia Mundial da Paz de 2007,
o Papa manifestou preocupações ambientais, apelando à humanidade para que "tome consciência
cada vez mais das ligações existentes entre a ecologia natural, ou seja, o respeito
pela natureza, e a ecologia humana". "A experiência demonstra que toda a atitude de
desprezo pelo ambiente provoca danos à convivência humana e vice-versa". Meses
antes, a 30 de Novembro de 2006, Bento XVI e Bartolomeu I assinavam uma declaração
em que falavam dos "grandes perigos para o ambiente natural" e manifestavam "preocupação
pelas consequências negativas que possam derivar para a humanidade e para toda a criação,
de um progresso económico e tecnológico que não reconhece os seus próprios limites".
"Como líderes religiosos, consideramos um dos nossos deveres encorajar e sustentar
os esforços desenvolvidos para proteger a criação de Deus e para deixar às gerações
vindouras uma terra na qual possam viver", escreveram.