Através do do amor o homem torna-se semelhante a Deus: salientou o Papa durante a
Audiência Geral, na qual assinalou o décimo aniversário da morte de Madre Teresa
e sublinhou o seu serviço aos mais pobres e necessitados
( 5/9/2007 Uns dezasseis mil peregrinos acolheram, nesta quarta-feira de manhã, na
Praça de São Pedro, Bento XVI, que se deslocou propositadamente de Castelgandolfo,
de helicóptero, para a costumada audiência geral. Tendo dedicado a alocução da
semana passada à figura de São Gregório de Nissa, o Papa prosseguiu ainda desta vez
o mesmo tema, detendo-se sobre a doutrina espiritual deste Padre da Igreja, do século
IV, natural da Capadócia (actual Turquia). Não faltou, nas saudações em italiano,
uma referência à beata Madre Teresa de Calcutá, falecida há precisamente dez anos,
assim como, em inglês, ao Simpósio que tem início nesta quinta-feira, ao longo das
costas da Gronelândia, sob o patrocínio do Patriarca de Constantinopla Bartolomeu
I, sobre “O Ártico: Espelho de Vida”. Mas comecemos pela catequese dedicada a
São Gregório de Nissa, mais precisamente à sua doutrina: “A doutrina de São Gregório
de Nissa caracteriza-se pela sua elevada concepção da dignidade do ser humano, cujo
finalidade é tornar-se semelhante a Deus, especialmente através do amor, do conhecimento
e da prática da virtude. Mas isso, diz Gregório, não é obra nossa; é fruto da acção
divina, que modela Cristo no nosso espírito, embora contando sempre com a cooperação
do homem que ama a Deus e deseja o que Deus quer. “Gregório recorda também que
Cristo está presente nos pobres, e que estes nunca devem ser ofendidos. Com efeito,
afirma, “eles tornam presente para nós a Pessoa do Salvador”. Gregório interpela assim,
com vivacidade, cada um dos seus auditores, dizendo “Sê generoso com estes nossos
irmãos, vítimas da infelicidade”, e recorda, muito claramente, que todos nós dependemos
de Deus.” A concluir, sublinhamos ainda outro aspecto importante da doutrina
espiritual de Gregório de Nissa: a oração. Para progredir no caminho da perfeição
e acolher a Deus em si mesmo, o homem deve-se dirigir a Ele com confiança na oração.
E é sempre inspirando-se na oração do Senhor que o cristão reza.
Foi na parte
conclusiva da audiência geral que Bento XVI, saudando em italiano um grupo de Missionários
e Missionárias da Caridade, com outros colaboradores, evocou o décimo aniversário
da morte da Beata Madre Teresa de Calcutá: “Caros amigos, a vida e o testemunho
desta autêntica discípula de Cristo, cuja memória litúrgica celebramos precisamente
hoje, são um convite - para vós e para toda a Igreja – a seguir sempre fielmente Deus
nos mais pobres e necessitados. Continuai a seguir o seu exemplo e sede por toda a
parte instrumentos da misericórdia divina.”