Nuuk, 04 set (RV) - Tem início na quinta-feira, dia 6, na Groenlândia, o VII
Simpósio sobre o tema "O Ártico: espelho da vida". O evento é patrocinado pelo patriarca
ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, pelo presidente da Comissão Européia, José
Manuel Durão Barroso, e pelo ex-secretário-geral da ONU, Kofi Annan.
Com a
contribuição de líderes religiosos, cientistas, expoentes políticos, ambientalistas
e jornalistas, o simpósio deseja refletir sobre o futuro de uma das mais vastas bacias
hídricas do mundo _ o Ártico _ e reiterar a importância dos aspectos éticos da ecologia,
por meio de uma ativa sinergia entre ciência e religião, vivida em espírito de respeito
e colaboração recíprocos.
Ao analisar o fenômeno das mudanças climáticas,
a responsabilidade da ação humana emerge com clareza, em todos os seus efeitos: ilhas
que desaparecem, devastações provocadas por furacões, emergências alimentares, seca
e desertificação. A situação é particularmente crítica no Ártico, devido à sensibilidade
de seu ecossistema. Além disso, não existe um tratado internacional que, a exemplo
daquele em vigor no Antártico, explicite a disciplina normativa geral e forneça adequada
tutela ao território e a seus habitantes.
O simpósio será realizado a bordo
de um navio, que vai percorrer a costa sul da Groenlândia. Entre os temas em discussão,
está a busca de novos paradigmas para a reflexão sobre o ambiente, baseados nos princípios
da "interdependência" e da "co-responsabilidade" compartilhados pela ciência e a religião.
No último dia do simpósio _ 12 de setembro _ haverá uma mesa-redonda sobre
religião e ciência, com a participação do metropolita Giovanni di Pergamo, do Patriarcado
Ecumênico de Constantinopla, e o cientista brasileiro Antonio Nobre.
Logo
a seguir, o simpósio será encerrado, com a celebração de uma liturgia bizantina, na
igreja de Tjodhilde, em Qassiarsuk, presidida pelo patriarca ecumênico, Bartolomeu
I. (BF/AF)