2007-09-04 16:53:18

MONS. GIANFRANCO RAVASI: NOVO PRESIDENTE DO PONTIFÍCIO CONSELHO PARA A CULTURA


Cidade do Vaticano, 03 set (RV) - O Santo Padre nomeou hoje, o novo presidente do Pontifício Conselho para a Cultura: trata-se de Mons. Gianfranco Ravasi, até agora prefeito da Veneranda Biblioteca Ambrosiana.

Ao mesmo tempo, o pontífice o nomeou presidente das Pontifícias Comissões para os Bens Culturais da Igreja, e de Arqueologia Sacra, elevando-o à dignidade de arcebispo.

Mons. Ravasi, 65 anos, nascido em Merate, região italiana da Lombardia, substitui no cargo de presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, o Cardeal Paul Poupard, que renunciou, por limite de idade, ao encargo que desempenhava há quase 20 anos.

Mons. Gianfranco Ravasi:- "Recebo esta nomeação com surpresa, por um lado, porque se trata de uma reviravolta radical em minha vida, embora sob muitos aspectos eu deva dizer que transcorri boa parte de minha existência, quase sempre no mundo da cultura, no mundo do diálogo, com um horizonte tão mutável como o da cultura, das artes, da literatura e assim por diante. Por outro lado, há também uma dimensão que me é muito familiar, isto é, a de estar na fronteira, para ver também este mundo que não crê, o mundo que se interroga, o mundo que, por vezes, rejeita, mas que tem dentro de si, sutilmente, uma ânsia de busca."

P. Mons. Ravasi, quais são, no seu parecer, os principais desafios culturais de hoje?

Mons. Gianfranco Ravasi:- "Os principais desafios culturais de hoje se encontram em trajetórias muito diferentes. Por um lado, creio que há, certamente, o reencontrar ainda os grandes valores, num confronto com uma tradição tão alta e tão nobre como a tradição cristã. O Cristianismo tem às costas, dois milênios de cultura altíssima, que não pode ser simplesmente liquidada como, infelizmente, ocorre, por vezes, em nossos dias, com ironias, com chacotas quase de tipo debochado. Portanto, o primeiro elemento, num mundo tão vago e incerto, é o de conseguir encontrar a substância, reencontrar raízes que possam, de certo modo, alimentar. Outra trajetória é, certamente, a de vencer a superficialidade, a banalidade. O fato de a cultura religiosa, por sua natureza, fazer perguntas últimas e dar algumas respostas que são respostas últimas... Isso faz com que, no mundo de hoje _ tão estagnado na superficialidade das coisas, tão banal e, por vezes, até mesmo vulgar _ se possa, ao invés, reencontrar uma espécie de centelha profunda, uma espécie de semente lançada que ainda deve florescer. E esse é o desafio de um diálogo com este mundo."

P. Mons. Ravasi, como fazer dialogar Evangelho e cultura nesta nossa sociedade?

Mons. Gianfranco Ravasi:- "O Evangelho e cultura são um binômio que deve ser entrelaçado, que se cruza, não somente porque o Evangelho deve conseguir expressar-se mediante as linguagens, mediante as coordenadas da nova cultura, mas, por outro lado, deve ser também capaz de deixar um traço. Não deve somente expressar-se, mas também fazer de modo que sua expressão se torne um princípio vital, um princípio fecundante." (RL/AF)







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