AUMENTO DA POPULAÇÃO ORTODOXA PREOCUPA GOVERNO DE ISRAEL
Tel Aviv, 04 set (RV) - Israel enfrenta um crescente dilema demográfico em
relação aos judeus ortodoxos: a população não pára de crescer, aumentando a pressão
sobre a defesa do país, uma vez que o grupo não presta serviço militar.
Os
judeus ortodoxos vivem num mundo à parte, na moderna Jerusalém Ocidental, dedicando
suas vidas ao estudo da lei e pensamento judaicos, praticando o que acreditam ser
a forma mais pura de Judaísmo.
Todos os adolescentes de 18 anos devem prestar
serviço militar, pois vale lembrar que Israel enfrentou seis grandes conflitos com
seus vizinhos, e duas Intifadas palestinas. Mas os ultra-ortodoxos não são obrigados
a prestar o serviço militar. Tempos atrás, o grupo representava uma pequena minoria
da população, mas agora eles correspondem a mais de 10% dos israelenses em idade de
servir o exército. O governo calcula que, até 2019, eles chegarão a 25% dos jovens.
O ex-vice primeiro-ministro, Yosef Lapid, líder do partido secular "Shinui",
representa eleitores que questionam se a ortodoxia não está, na verdade, minando o
Estado israelense.
Nas "yeshivas" _ as escolas religiosas judaicas _ a visão
é diferente: os ortodoxos acreditam que o país tem necessidades espirituais e que
nenhum serviço é mais importante do que o estudo religioso.
Mas a pressão
sobre a economia é outra preocupação: a maior parte dos judeus ortodoxos é pobre e
muitos deles dependem da ajuda do governo, até para obter alimentos. Segundo dados
do governo, aparentemente dois a cada três judeus ortodoxos não têm emprego remunerado.
(BF/AF)