ISRAEL E SANTA SÉ RUMO A ACORDO SOBRE PROPRIEDADES
Roma, 03 set (RV) - Santa Sé e Israel estão sempre mais determinados a alcançar
um acordo para a restituição _ por parte do Estado judaico _ à Custódia franciscana,
de lugares sagrados simbólicos, como o Cenáculo e a igreja de Cesaréia. A comissão
mista, encarregada de resolver as últimas questões pendentes _ fiscais e jurídicas
_ se reúne hoje, em Jerusalém.
Na próxima quinta-feira, o presidente israelense,
Shimon Peres, estará em Roma, e fará uma passagem por Castel Gandolfo, para uma audiência
com o papa. Em sua primeira missão internacional como chefe de Estado, Perez pode
trazer novidades para o desenvolvimento das relações bilaterais entre Israel e Santa
Sé. Na pauta do encontro estão, entre outras coisas, termos gerais sobre as negociações
relativas ao conflito territorial palestino-israelense.
A comissão mista reunida
hoje, é presidida pelo vice-secretário para as Relações com os Estados, Mons. Pietro
Parolin, e pelo ministro da Relações Exteriores israelense, Aharon Abramovitch. A
Santa Sé apresenta duas exigências: que o governo israelense mantenha a isenção fiscal
para os bens eclesiásticos católicos na Terra Santa, e que a questão das propriedades
católicas seja levada a um tribunal israelense, e não a uma sede política, como atualmente.
Este acordo poderá, finalmente, restituir aos franciscanos, que têm a custódia
dos lugares sagrados na Terra Santa, a célebre sala do Cenáculo _ identificada como
local no qual se realizou a Última Ceia, e Jesus instituiu a Eucaristia. Essa sala
faz parte de um edifício no qual os judeus identificaram vestígios do túmulo de seu
rei, David, e sendo assim, assumiram sua propriedade, no período otomano. Israel poderia,
neste caso, devolver à Custódia franciscana apenas a sala, e manter a propriedade
do resto do complexo.
Já a questão da igreja de Cesaréia, que recorda a profissão
de fé em Cristo, por parte de Pedro, parece mais complicada: hoje, o edifício sagrado,
na Alta Galiléia, está reduzido a ruínas. Os israelenses ocuparam a igreja 50 anos
atrás, e a destruíram. A área foi transformada, e hoje abriga um sítio arqueológico
importante. (CM/AF)