"TOCHA DE LOLEK" IRÁ A LORETO APÓS ETAPA INÉDITA NO CÁRCERE ROMANO DE REBIBBIA
Loreto, 30 ago (RV) – Está para chegar a Loreto a "Tocha de Lolek" _ diminutivo
com o qual era chamado o jovem Karol Wojtyla, João Paulo II. A "Tocha de Lolek" iniciou
sua caminhada pela Europa em março do ano passado, em memória do papa polonês.
Ontem,
quarta-feira, a tocha partiu da Praça São Pedro, no Vaticano, com os jovens peregrinos,
com destino a Loreto, para encontrar Bento XVI. Também ontem, a tocha fez uma inédita
etapa no cárcere romano de Rebibbia, onde quis evocar o perdão concedido por João
Paulo II ao turco Ali Agca, que atirou contra ele, no dia 13 de maio de 1981, na Praça
São Pedro. A visita à penitenciária romana quis também, permitir uma participação
simbólica dos detentos no evento programado para este final de semana.
Trinta
detentos estavam no pequeno pátio do cárcere romano de Rebibbia, inundado de sol,
quando, às 16h, chegou a "Tocha de Lolek", vinda de longe: ela foi acendida por João
Paulo II no ano 2000, e já percorreu 15 mil quilômetros, iluminando os lugares de
culto de toda a Europa.
Após o falecimento do pontífice polonês, um grupo de
fiéis a tomou em custódia, rebatizando-a com o nome de "Tocha de Lolek", e a conduziu
de Roma a Cracóvia, por ocasião dos aniversários de seu falecimento.
A "corrida-oração"
de Lolek foi retomada ontem pela manhã, quando os jovens que irão para Loreto encontrar
Bento XVI, acenderam a tocha na Praça São Pedro, e se dirigiram ao cárcere de Rebibbia.
Ali, entregaram a tocha aos detentos, que a passaram de mão em mão, durante o cortejo
que desfilou entre os altos muros carcerários. Foi profundo o valor simbólico da iniciativa
e do convite dirigido por uma das madrinhas dessa particular etapa da "Tocha de Lolek"
no cárcere romano, Alessandra Gallo.
"Queremos que todos estejam conosco _
disse Alessandra _ ainda que só espiritualmente. Por isso, queríamos encontrar estes
jovens detentos e dizer-lhes: "Vocês não estão sozinhos, jamais percam a esperança,
e que esta luz aqueça sempre os seus corações"."
Durante uma breve cerimônia,
Pe. Massimiliano Dilisa, capelão no cárcere de Rebibbia, explicou que a presença desta
luz especial entre aqueles que vivem atrás das grades, recorda também o perdão concedido
por João Paulo II ao turco Ali Agca, que tentou matá-lo em 1981. A tocha simboliza
o amor de Deus-Pai para com todos os Seus filhos, como ressaltou o sacerdote.
"Não
é pelos nossos méritos que o Senhor nos ama, mas Ele nos ama desde o início. No momento
em que nos damos conta disso, nasce em nós uma luz, um impulso novo. Ele não nos julga,
Ele não precisa de provas: Ele nos ama e basta!"
Alguns sorrisos iluminaram
a face dos presentes, muitos abaixaram o olhar. E um deles, em nome de todos, agradeceu
ao Santo Padre "porque _ disse _ esta luz chega como um sinal de esperança entre quem
jamais sorri". (RL/AF)