Cinco países europeus não disponibilizaram dados oficiais sobre delitos racistas
(29/8/2007) O relatório sobre racismo e xenofobia na União Europeia, publicado na
segunda-feira pela Agência dos Direitos Fundamentais da UE, indica que cinco membros
(Portugal, Espanha, Itália, Grécia e Chipre) não disponibilizaram dados sobre os delitos
relacionados com actos de racismo em 2006, e que outros oito países comunicaram um
aumento daqueles crimes entre 2005 e 2006. Os países onde houve aumento daqueles delitos
são França, Alemanha, Dinamarca, Irlanda, Polónia, Eslováquia, Finlândia e Reino Unido,
indica o documento, contrapondo a diminuição verificada na Suécia, na Áustria e na
Republica Checa. “Persistem sinais preocupantes de maus-tratos pela polícia e pelas
forças de segurança contra os imigrantes e pessoas que procuram asilo e o crescente
racismo é uma praga social na Europa”, indica a agência. O primeiro relatório da
instituição, que começou a funcionar em Março em Viena, adianta que apenas 11 países
contam com “sistemas adequados” de recolha de dados sobre aqueles crimes, e outros
10 dispõem de “mecanismos limitados”. A agência reconheceu na segunda-feira, perante
o Parlamento Europeu, que não é capaz de oferecer “uma imagem clara da situação do
fenómeno na Europa pela falta de dados” e por os estados-membros “disporem de diferentes
mecanismos de registo”. A discrepância na recolha de dados e o facto de a maioria
dos países dispor de métodos deficitários complicam a implementação de medidas comuns
de prevenção.