O PESAR DO PAPA PELA MORTE DO CARDEAL CANADENSE EDOUARD GAGNON: SERVIDOR "COMPETENTE
E GENEROSO"
Cidade do Vaticano, 27 ago (RV) - Faleceu na noite passada em Montreal, Canadá,
aos 89 anos de idade, o presidente emérito do Pontifício Conselho para a Família e
do Comitê para os Congressos Eucarísticos, Cardeal Edouard Gagnon.
O purpurado
canadense estava internado na casa provincial dos padres sulpicianos, instituto ao
qual pertencia há cerca de 70 anos. Num duplo telegrama de pesar _ um endereçado ao
cardeal-arcebispo de Montreal, Jean-Claude Turcotte, e o outro ao superior-geral dos
Padres Sulpicianos, Pe. Lawrence Terrien _ Bento XVI fez questão de evidenciar, particularmente,
a "competência" e a "dedicação" com que o purpurado se dedicou "generosamente", à
formação dos sacerdotes e depois, "por muitos anos", ao serviço da Santa Sé.
Por
muitos anos, a Santa Sé uniu o nome do purpurado ao desenvolvimento da Pastoral da
Família no pós-Concílio. Para ocupar-se desse tema, Paulo VI o chamou a Roma, onde
veio a se tornar um dos primeiros presidentes do Pontifício Conselho para a Família.
Mas antes de se tornar estreito colaborador de dois pontífices, o Cardeal Gagnon se
distinguiu em muitos outros setores da Igreja.
Nascido em 15 de janeiro de
1918, o jovem sacerdote Edouard Gagnon assumiu vários encargos, entre os quais o de
advogado do Tribunal Matrimonial de Montreal, e sua experiência contribuiu para os
trabalhos do Concílio Vaticano II, do qual participou como especialista.
No
final dos anos 60, o então Pe. Gagnon tornou-se provincial dos Sulpicianos no Canadá,
Japão e América Latina. No dia 25 de maio de 1969, Pe. Edouard Gagnon foi ordenado
bispo de Saint Paul, estado canadense de Alberta, e em 1972 chegou a Roma como reitor
do Pontifício Colégio Canadense. Um ano mais tarde, Paulo VI o chamou para a presidência
do Comitê para a Família. A contribuição de Dom Gagnon foi fundamental.
Aquilo
que o magistério ensina sobre a missão da família na Igreja assumiu amplo alcance
internacional reiterado em todas as circunstâncias em que Dom Gagnon se encontrava
representando a Santa Sé.
Com o nascimento do Pontifício Conselho para a Família,
instituído por João Paulo II em 1981, a experiência de Dom Gagnon encontrou, por fim,
um "desdobramento" natural: assumiu e manteve por cinco anos a presidência do organismo,
a partir de 27 de maio de 1985. No consistório realizado dois dias antes _ 25 de maio
de 1985 _ João Paulo II lhe havia conferido o chapéu cardinalício. (RL/AF)