A verdadeira amizade com Jesus, exprime-se com a maneira de viver. O "passaporte"
para o Paraiso é fornecido pela pratica religiosa e não pelos privilégios, salientou
Bento XVI antes da recitação do Angelus dominical.
(26/8/2007) Comentando o trecho do Evangelho deste XXI Domingo do tempo comum, Bento
XVI dirigindo-se aos milhares de fieis congregados no pátio do Palácio pontifício
de Castelgandolfo para a recitação do Angelus, chamou a atenção para a tentação sempre
iminente de interpretar a pratica religiosa como fonte de privilégios e de seguranças.
Na realidade - disse – a mensagem de Cristo vai precisamente numa direcção oposta:
todos podem entrar na vida, mas para todos a porta é estreita. Não existem privilegiados. “A
passagem á vida eterna está aberta a todos, mas é estreita porque é exigente, pede
empenho, abnegação, mortificação do próprio egoísmo”. Uma vez mais, como nos
domingos passados, o Evangelho convida-nos a considerar o futuro que nos espera e
para o qual nos devemos preparar durante a nossa peregrinação sobre a terra. A salvação
que Jesus realizou com a sua morte e ressurreição, é universal. Ele é o único Redentor
e a todos dirige o convite a participar no banquete universal. Mas a uma única e igual
condição: esforçar-se no sentido de o seguir e imitar, carregando, como ele fez, a
própria cruz e dedicando a vida ao serviço dos irmãos. No último dia – recorda ainda
Jesus no Evangelho – não é com base em privilégios pressupostos que seremos julgados,
mas segundo as nossas obras. Os agentes de iniquidade, encontrar-se-ão excluídos,
enquanto que serão acolhidos todos aqueles que terão realizado o bem e procurado a
justiça, a custo de sacrifícios. Portanto não será suficiente declarar-se “amigos”
de Cristo, gabando -se de falsos méritos . E Bento XVI salientou a concluir:”A
verdadeira amizade com Jesus exprime-se na maneira de viver; exprime-se com a bondade
do coração, com a humildade, a mansidão e a misericórdia, o amor pela justiça e a
verdade, o empenho sincero e honesto pela paz e a reconciliação. Este, poderíamos
dizer é o” bilhete de identidade” que nos qualifica como seus amigos autênticos; este
é o” passaporte” que nos permitirá entrar na vida eterna. No final da recitação
do Angelus o Papa dirigiu uma saudação particular a um grupo de peregrinos que vieram
de bicicleta de Londres, percorrendo a “Via Francigena; "trata-se - disse – de homens
e mulheres desejosos de rezar sobre o túmulo de Pedro. Do grupo fazem parte também
um juiz da Corte Suprema da Grã Bretanha e um cónego da Catedral anglicana de Cantuária. Esta
experiência - foram os votos formulados pelo Papa – seja um tempo propicio para um
enriquecimento espiritual e ecuménico. Bento XVI saudou também um grupo de lideres
religiosos ( muçulmanos, ortodoxos, luteranos e católicos) vindos do Kazaquistão e
que visitarão nos próximos dias os túmulos de São Francisco e de Santo António em
Pádua, rezando e empenhando-se a favor do respeito da natureza e da promoção da paz